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Tucanas criticam veto a projeto que prevê distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda

Foto: Annika Gordon/Unsplash

O presidente da República Jair Bolsonaro vetou, nesta quinta-feira (7/10), a distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade social prevista em projeto de Lei aprovado pelo Congresso Nacional em setembro. O Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual beneficiaria cerca de 5,6 milhões de brasileiras em todo o país.

O único trecho mantido pelo presidente no projeto determina sobre a realização de campanhas informativas sobre saúde menstrual. O veto ainda pode ser derrubado no Congresso.

Parlamentares tucanas criticaram o veto ao projeto, destacando a falta de políticas públicas de âmbito nacional para combater a pobreza menstrual, mal que afeta uma em cada quatro meninas no Brasil.

“Iniciei o dia com a lamentável notícia de que o presidente vetou a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de escolas públicas, pessoas em situação de rua e vulnerabilidade. Vamos derrubar esse veto pelo fim da pobreza menstrual e pela dignidade feminina”, escreveu em suas redes sociais a deputada federal Shéridan Oliveira (PSDB-RR).

“Vivemos num país marcado pela desigualdade social e misoginia. Infelizmente, 1 em cada 4 estudantes pobres já faltou aula por não ter absorvente em casa. É uma realidade distante para muitas de nós, mas que afeta a vida de muitas meninas”, lamentou a deputada federal Tereza Nelma (PSDB-AL).

“Precisamos agora trabalhar para a derrubada desse veto. É triste ver que a saúde e dignidade da mulher não são uma pauta importante para essa gestão. Sigamos juntas nessa batalha”, acrescentou a tucana.

Por sua vez, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) atribuiu o veto do presidente a um projeto pessoal e político que não tem compromisso com as demandas das brasileiras.

“Ao vetar a distribuição de absorventes às brasileiras mais carentes, Bolsonaro expõe sua falta de empatia e compromisso com as mulheres. Meninas pobres faltam às aulas ou adoecem usando folhas de papel no lugar de absorventes. Mas isso não importa ao PR sem visão de saúde pública”, criticou.

Segundo pesquisa da marca Sempre Livre, 22% das meninas de 12 a 14 anos de idade no país não têm acesso a um item básico de higiene e saúde feminina durante o seu período menstrual: absorventes. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, a porcentagem sobe para 26%.

Menstruar também custa caro. De acordo com estimativas da ONG Girl UP, movimento em prol dos direitos da mulher, as brasileiras gastam entre R$ 3 mil e R$ 9 mil com absorventes ao longo da vida.