Milhares de pessoas desfilam, no sábado (23), em Paris, na França, para pedir um basta à violência contra as mulheres e ao feminicídio. Atentendo a um chamado do coletivo #NousToutes – ou Todas Nós, em português -, uma “maré roxa”, tomou as ruas de Paris para dar visibilidade à causa e pressionar as autoridades a tomarem medidas concretas, no contexto do aumento alarmante do número de vítimas.
Anualmente na França 250 mil mulheres são vítimas de violência e a cada dois dias uma mulher é morta por seu cônjuge ou ex-cônjuge. Diante dessa realidade, a organizadora da marcha, Caroline de Haas, e seu coletivo #NousToutes chamam Emmanuel Macron para decretar um plano de emergência.
“Se o Presidente da República não decidir uma mudança radical de política pública, ainda haverá violência em massa em 2020. Portanto, precisamos de bilhão de extras para combater a violência e precisamos de medidas que mudem fundamentalmente as coisas”, afirmou de Haas.
Apelo
O coletivo também pede a criação de um certificado obrigatório de não-violência para estudantes do ensino médio, o estabelecimento de tribunais especializados e o fortalecimento de todos os dispositivos existentes.
Muitas brasileiras radicadas em Paris, pertencentes a diversos grupos feministas ou mesmo por iniciativa própria, participam da marcha. 60% das mulheres na Europa já sofreram sexismo no trabalho, diz pesquisa Em evento antifeminicídio, mãe descobre: acusado de matar a filha foi solto Mulheres reúnem-se em Paris para protestar contra violência doméstica.
Uma delas é Andrea Clemente, líder do Grupô Mulheres do Brasil. “Para nós, do Grupo Mulheres, fazer parte desta marcha é de vital importância. A causa da violência contra a mulher é uma das nossas principais bandeiras no Brasil e no mundo. No Brasil, vai ter uma grande marcha no dia 8 de dezembro e, aqui, nós nos unimos à França nesta marcha de hoje”, disse.
*Com informações do Portal UOL.