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Supremo muda de posição e derruba prisão após condenação na 2ª instância

Plenário do STF durante julgamento sobre 2ª instância./ Foto: STF

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta derrubar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, modificando a compreensão que havia desde 2016.

Com a decisão, réus condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado, isto é, depois de esgotados todos os recursos. Antes disso, somente serão permitidas as prisões preventivas.

Na quinta sessão de julgamento sobre o assunto, a maioria dos ministros entendeu que, segundo a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado (fase em que não cabe mais recurso) e que a execução provisória da pena fere o princípio da presunção de inocência.

Presidente do STF, ministro Dias Toffoli./ Foto: STF

Voto de Minerva

O voto de desempate foi dado pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, o último a se manifestar.

A aplicação da decisão não é automática para os processos nas demais instâncias do Judiciário.

Caberá a cada juiz analisar, caso a caso, a situação processual dos presos que poderão ser beneficiados com a soltura. Se houver entendimento de que o preso é perigoso, por exemplo, ele pode ter a prisão preventiva decretada.

A decisão pode beneficiar mais de 4 mil pessoas em todo país, inclusive o ex-presidente Luiz Lula da Silva e envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato cuja sentença ainda não transitou em julgado e aqueles que estiverem detidos preventivamente por outro motivo.

Após o julgamento, a defesa do ex-presidente informou que levará à Justiça nesta sexta-feira um pedido de soltura com base no resultado do julgamento do STF

Como votaram os ministros: 

A FAVOR DA 2ª INSTÂNCIA CONTRA A 2ª INSTÂNCIA
Alexandre de Moraes Marco Aurélio Mello
Edson Fachin Rosa Weber
Luís Roberto Barroso Ricardo Lewandowski
Luiz Fux Gilmar Mendes
Cármen Lúcia Celso de Mello
Dias Toffoli

*Com informações do Supremo Tribunal Federal, do Portal G1 e da CBN.

Supremo Tribunal Federal à noite/ Foto: STF