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Mulheres ocupam apenas 8% dos cargos executivos em instituições financeiras do Brasil

As mulheres representam apenas 8% dos altos executivos e 10% dos membros dos conselhos dos dez maiores bancos brasileiros. Não há nenhuma representante feminina nas presidências. A proporção de mulheres que entram no mercado financeiro é maior que a de homens, elas são 55% dos analistas juniores. Entretanto, quanto mais sênior o cargo, menor o número de mulheres. Estudo do FMI, no entanto, revela que bancos com mais chefias femininas tem melhores resultados.

As informações são da pesquisa “O ciclo de vida do gap de gêneros”, da consultoria internacional Oliver Wyman. O levantamento ainda apontou que as mulheres são 37% dos coordenadores, 31% dos gerentes, 22% dos superintendentes executivos e 16% dos diretores executivos.

Economista especialista em gênero e professora do Insper, Regina Madalozzo, assinala o setor financeiro como um dos mais resistentes em reduzir desigualdades: “O setor financeiro é altamente racional e meritocrático. Mas, se houvesse uma autocrítica, perceberia que há avaliações enviesadas. Há uma questão de identificação em algumas decisões, em razão do viés inconsciente. Um homem branco, na casa dos 40 anos, vai se identificar mais facilmente com esse mesmo perfil ao fazer uma seleção”.

A especialista ressalta a necessidade de criar sistema que minimize esses tipos de ações. Os bancos, reconhecem o problema, mas destacam os avanços já alcançados em algumas instituições para reduzir desigualdades nos últimos anos. O Conselho de Administração da Caixa tem como presidente uma mulher. O Santander tem buscado equilibrar o seu processo de seleção com candidatos de ambos os gêneros e afirma que homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo possuem o mesmo salário.

A necessidade de passar por agências de diversas cidades para obter crescimento profissional deixou de ser critério no Banco do Brasil. Mulheres ficavam em desvantagem por terem mais tarefas com cuidados com filhos e, assim, tinham menos disponibilidade de se transferir.

Há 11 anos o Itaú tem um programa de treinamento para casal que estão perto de se tornarem pais que garante jornada de trabalho reduzida no primeiro mês depois da licença maternidade. O banco também disponibiliza uma sala para a funcionária tirar e armazenar leite durante o expediente e recentemente parou de descontar os meses de licença maternidade da participação nos lucros.

*Com informações do Jornal O GLOBO