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Terezinha Beraldo defende política humanitária para imigrantes

Com a experiência de já ter sido imigrante nos Estados Unidos, a presidente do PSDB-Mulher do Paraná, Terezinha Beraldo, demonstrou preocupação com a situação das 46 crianças e adolescentes brasileiros que estão sob custódia das autoridades americanas por terem entrado ilegalmente no país junto com seus responsáveis. Para ela, o dano causado pelos mais de 50 dias de separação entre pais e filhos pode ser irreparável

“Eu já fui imigrante nos EUA e sei bem como é. A insegurança e o pavor são diários. A vida não é fácil lá. Quando eu fui, deixei no Brasil minha filha e meu filho que já eram adolescentes na época e foi muito duro. Imagino com deve estar sendo doloroso para essas crianças ”, disse.

O governo brasileiro acredita que a maioria dos jovens poderá viver no país com outros parentes que desejem assumir a sua guarda, em caso de deportação do pai ou da mãe. Segundo informações do Itamaraty, nenhum dos menores sob acompanhamento foi liberado ainda pelo processo conduzido pelo governo dos centros de acolhimento para a reunião familiar, mas a expectativa é que o prazo estipulado pela Justiça para 26 de julho seja cumprido, de acordo com a embaixadora Luiza Lopes, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior.

Terezinha Beraldo é contra a política de “tolerância zero” adotada pelo presidente Donald Trump em relação aos imigrantes. A tucana defende ações de acolhimento e que respeitem os Direitos Humanos destas pessoas.

“Eu sou a favor de políticas humanitárias para as pessoas que vem de outros países. Não podemos ignorar e nem virar as costas para nossos semelhantes. Principalmente para as mulheres que na maioria das vezes carregam os filhos na esperança de uma vida melhor”, opinou.

Dos menores brasileiros, a maioria tem entre 10 e 17 anos. A embaixadora Luiza Lopes afirmou que a maioria dos processos em curso caminha para a entrega dos filhos a pelo menos um dos pais, quando o pedido de asilo ou de visto for aceito, ou então a outros parentes que já vivam nos Estados Unidos, sob consentimento dos pais. Ela esclareceu ainda que é necessário passar por verificações minuciosas para ser guardião de um menor sem os pais nos EUA. Segundo a embaixadora, os parentes devem ser capazes de provar que conseguirão oferecer condições de escolaridade, acomodação e todo o resto necessário para um bom tratamento ao menor.

Roraima

Terezinha Beraldo mencionou a situação dos venezuelanos em Roraima. Nos primeiros seis meses deste ano, mais de 16 mil imigrantes do país vizinho pediram refúgio em Boa Vista, segundo a Polícia Federal. O número já é 20% maior do que o registrado em todo o ano de 2017, quando foram recebidas pouco mais de 13,5 mil solicitações.

“O Brasil precisa começar a pensar em como receber os imigrantes. Acredito que a tendência com o passar dos anos é que este número aumente. É difícil encontrar a história de alguma nação que não tenha tido a contribuição deles. Sou de família italiana, meus avós foram imigrantes. Temos que respeitá-los e acolhe-los”, concluiu.