Notícias

Tucana diz que assédio na Copa chama atenção para violência contra às mulheres no mundo

A ativista russa Alena Popova se tornou popular durante a Copa do Mundo de 2018 quando lançou um abaixo-assinado denunciando o grupo de torcedores brasileiros que insultou uma mulher na rua com obscenidades machistas. O documento exigindo a punição dos rapazes já tem mais de 85 mil assinaturas e embasa o pedido de Popova para que o governo do país abra inquérito sobre o caso.

A denúncia já foi protocolada pelo Ministério do Interior, que tem um mês para decidir se vai punir ou não os brasileiros. Eles podem ser multados em cerca de R$ 180 ou pegar até 15 dias de detenção se não forem embora do país.

Para a vice-presidente do PSDB-Mulher de Roraima, Ana Patrícia Moreira, o caso serve de exemplo e chama atenção para a impunidade do assédio sexual. “Eu acho que as mulheres do mundo todo devem se unir para evitar este tipo de assédio disfarçado. Os casos de violência doméstica na Rússia são frequentes e as mulheres de lá sofrem muito com o machismo”, disse.

Números com base nos boletins de ocorrência registrados por essas vítimas mostram que pelo menos 16 milhões de russas sofrem com a violência doméstica a cada ano, quase o triplo do Brasil.

A tucana destaca o fato de que muitas pessoas já estão tão acostumadas com o assédio velado que consideraram atitude dos brasileiros como “brincadeira”. Ela também lamentou o fato da menina do vídeo em questão ter sido prejudicada pela exposição causada pelas cenas que viralizaram.

“Soube que ela está sendo perseguida pelos russos e que teve que apagar os perfis de todas as redes sociais. O dano causado foi muito grande. Tudo isso serve como reflexão sobre o machismo no mundo’, completou.

Ana Patrícia Moreira acredita que com a Internet é possível fazer com que mulheres do mundo todo se unam contra o preconceito e a violência contra o sexo feminino. “Contamos umas com as outras nessa batalha pelo respeito pela igualdade de gênero. Não há mais espaço para brincadeiras sexistas e para submissão da imagem feminina. Os tempos agora são outros e o respeito deve vir acima de tudo’, concluiu.