Notícias

Diante do prejuízo de 5,5% do PIB provocado pela violência no país, Sheila Diniz defende otimização de recursos para segurança

Levantamento inédito feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a falta de Segurança Pública no país custa ao governo e aos cidadãos mais de R$ 365 bilhões. Esse número equivale a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para a coordenadora jurídica da Executiva Nacional do PSDB-Mulher e presidente do PSDB-Mulher do Ceará, Sheila Diniz, os prejuízos com a falta de segurança são difíceis de mensurar e influenciam diretamente na vida de cada pessoa.
“Por falta de segurança, a menina deixa de ir para a escola, os pais deixam de ir ao supermercado, e assim, os cidadãos vão ficando refém da violência que vai ditando o cotidiano das pessoas nas cidades. Não podemos deixar que isso aconteça. Segurança é um serviço básico ao qual todos nós temos direito”, observa.
De acordo com a pesquisa, divulgada pelo jornal O Globo, se essa conta fosse dividida por cada brasileiro, o prejuízo per capita seria de R$ 1,8 mil. A pesquisa levou em conta dados oficiais publicados entre 2012 e 2016 e compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
As despesas públicas anuais com segurança e sistema prisional somam R$ 101 bilhões, enquanto os custos privados chegam a R$ 264 bilhões. Em 2016, por exemplo, os gastos com segurança pública apenas das secretarias estaduais somaram R$ 86 bilhões. E em 2015, segundo o estudo, a indústria gastou R$ 112 bilhões com segurança privada e seguros.
Todo esse investimento não foi capaz de impedir o avanço da violência no país. Os roubos de carga no Brasil, por exemplo, aumentaram 31% em dez anos, de 2007 a 2016 — passando de 10,1 para 13,2 por 100 mil habitantes. No mesmo período, os assaltos a instituições financeiras tiveram alta de 47%.
SOLUÇÕES
Para Sheila Diniz, não é a quantidade de dinheiro gasta no setor e sim a otimização do serviço prestado que poderá melhorar a situação do país. “É preciso trabalhar com a prevenção da violência e também com a educação. Segurança Pública não é uma coisa isolada. Ela faz parte de um conjunto de esforços que integra os trabalhos da Assistência Social, Educação, Saúde, entre outros”, afirmou.
A tucana defende um plano de segurança nacional leve em conta as peculiaridades de cada Região do Brasil. Para ela, as condições do Nordeste são totalmente diferentes da do Centro-Oeste, o que inviabilizaria um programa único de segurança.
“É preciso ouvir as comunidades, os conselhos de segurança e, a partir daí, traçar uma estratégia. Na minha opinião, deve-se começar de ‘baixo para cima’ e não de ‘cima para baixo’ quando o assunto é o direito à paz”, completou.
Ainda segundo o estudo, parte da solução para a segurança passa pela a formação e capacitação de policiais, bem como a criação de um banco de dados judiciais integrado entre poderes.
“É preciso investir em tecnologia e qualificação dos agentes. Há uma falta de treinamento principalmente nas questões ligadas à defesa das mulheres. Muitos policiais não sabem lidar com as questões de gênero e acabam expondo ou traumatizando ainda mais a vítima”, concluiu.
*Com informações de O Globo.