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Brasiliense cria projeto para incentivar mulheres a fazerem ‘trekking’ sozinhas

Foto: arquivo pessoal

A servidora pública de Brasília, Jussiara Ferreira, de 27 anos, criou um projeto para incentivar outras mulheres a viajarem sozinhas pelas principais trilhas naturais do mundo. Adepta do ‘trekking’, uma atividade física que consiste em longas caminhadas, Jussiara fez do hobby uma segunda profissão.

Em 2015, ela criou um blog e passou a compartilhar dicas, fotos e experiências sobre viagens que têm como foco o ‘trekking’.  A iniciativa acabou inspirando o projeto “Trilhas pelo Mundo”.

Com o apelido “Ju Trekker”, ela compartilha com outras mulheres na internet informações sobre equipamentos, geolocalização, itens de sobrevivência e também de segurança. Apesar das dicas divulgadas poderem ser seguidas por qualquer pessoa, ela diz que o objetivo é servir de incentivo para o público feminino.

“Existe o estigma de que a mulher é frágil e não consegue fazer o que se propõe. Por isso sempre ajudo, estimulo”, disse a esportista em reportagem ao G1.

Jussiara criou uma lista com caminhos naturais marcados em mais de 30 países, como o ‘Tour du Mont Blanc’, caminho de 172 km entre a França, Itália e Suíça, e do Monte Kilimanjaro, na Tanzânia.

No Brasil, ela reservou 50 lugares para conhecer em até cinco anos. Os queridinhos da lista vão desde a travessia pelo Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), feita em 2015, aos Lençóis Maranhenses (MA), visitado neste ano.

Sozinha na Trilha

Jussiara passou 11 dias percorrendo o ‘Mont Blanc’, passando por três países europeus, numa trilha de pouco mais de 170 quilômetros.

“Foram dias muito desafiadores. Eu estava pela primeira vez na Europa e queria ver como eu me saía sozinha”, lembra. Antes de ir, ela conta que pesquisou o roteiro em livros, fez o caminho com a ajuda de um GPS, usou mapas online e recorreu a pessoas locais para se certificar das condições das trilhas.

Dicas

Em sua página na internet, para as mulheres que querem fazer as trilhas, Jussiara escreve que “é possível, sim, uma mulher fazer um esporte outdoor como o trekking”, que demanda uma boa logística e esforço físico.

A sugestão é criar o que ela chama de “área de segurança” em torno de si. “O importante é se planejar, não é só ir com a cara e a coragem. Não dá para ser inocente”, recomenda. “O importante é isso, não romantizar a vida real”.

Os próximos planos  de Jussiara são de percorrer a pé – sozinha ou em um grupo de mulheres – os 31 km dentro da Floresta Nacional de Brasília e os mais de 200 km de estrada que ligam a capital do país à Cidade de Goiás, pelo caminho de Cora Coralina.

*Com informações do G1