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Cresce a produção de artigos acadêmicos escritos por mulheres

As brasileiras têm se destacado no ambiente acadêmico por sua produção de artigos científicos, como mostra o relatório “Gender in the Global Research Landscape” (em português, Gênero no Panorama Global da Pesquisa), promovido pela editora Elsevier. Elas produzem, em média, 11% mais artigos do que há 20 anos atrás, e colocam o país como um dos líderes do ranking de pesquisadoras.

Para a coordenadora de comunicação do PSDB-Mulher do Rio de Janeiro, Ceumar Turano (PSDB-RJ), as mulheres estão garantindo cada vez mais seu espaço no campo acadêmico. “As universidades estão abrindo mais espaço, as mulheres estão tendo mais oportunidades de construir uma carreira acadêmica”, pontuou a tucana.

Ela lembrou que o aumento na produção acadêmica pode estar atrelado ao crescimento do número de doutoras, já que são essas publicações que garantem à pesquisadora destaque em seu campo de atuação e pesquisa. “Somente com mestrado, você não recebe o título de pesquisadora. Você precisa fazer seu doutorado e, para ser doutora, deve participar ativamente do campo de pesquisa, é necessária uma constante produção de artigos” destacou.

No relatório foram analisados mais de 62 milhões de publicações acadêmicas em cerca de 21,5 mil revistas entre 1996 a 2000 e 2011 a 2015, em 11 países e na União Europeia. Com relação às mulheres inventoras, elas são responsáveis por 17% das patentes criadas desde o início do século no Brasil, 3% a mais do que nos Estados Unidos. No Brasil, a cada quatro estudos publicados no campo da medicina, um foi produzido por uma cientista.

Falta mudar

O levantamento alerta, contudo, que, nas áreas chamadas de ciências duras, as mulheres permanecem sendo minoria, representando apenas 25% dos autores de artigos no campo da matemática ou ciências da computação.  Elas também ainda são menos citadas do que seus colegas de trabalho nos estudos publicados.

Ceumar destacou que as ciências duras ainda são áreas de domínio masculino, e que isto acaba por afastar muitas vezes o interesse das mulheres em cursos como engenharia, ciências da computação e demais formações do ramo da tecnologia.

“É um campo de maioria masculina, mas nós vemos sim mulheres que encaram e se destacam muito na atuação destas áreas”, ressaltou a tucana.

Ceumar Turano é formada em comunicação social com habilitação em jornalismo e publicidade e propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui mestrado em psicologia social e doutorado em comunicação e cultura. Atualmente, a tucana trabalha em seu pós-doutorado em mídias digitais, pela Universidade do Sul da Califórnia.