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Abandono e discriminação em presídios femininos é maior, afirma Eliana Piola


Em entrevista concedida à TV Globo, divulgada pelo portal G1, o médico e autor do livro “Prisioneiras”, Dráuzio Varella, trouxe à discussão mais uma triste realidade: mulheres sofrem maior abandono nos presídios do que homens. De 2500 detentas, em média, que ocupam um presídio feminino, apenas 800 recebem visitas de familiares, amigos ou companheiros, segundo estatísticas levantadas pelo médico. O percentual é menos da metade do registrado para os homens, segundo Dráuzio Varella.

Primeira-secretária da executiva nacional do PSDB–Mulher, Eliana Piola disse que, independentemente dos motivos que levaram a mulher ao sistema prisional, ela não recebe nenhuma assistência vinda de fora da cadeia. “O abandono afetivo existe. A mulher cuida do homem, mas não existe o cuidado dos homens para com as mulheres. Até as famílias abandonam”, declarou.

A tucana também chama atenção para as consequências da falta de cuidado pessoal, somado ao abandono que sofrem as mulheres. “O sistema fornece a elas alguns itens básicos de higiene pessoal, mas elas não recebem sequer um shampoo. A falta de cuidado, somada à carência, por consequência, acaba dando um aspecto mais masculinizado a elas”, concluiu Piola.

Eliana ainda destaca que a discriminação só piora quando a mulher saí do presídio e retorna à sua casa, sofrendo preconceito tanto da sociedade, como de amigos, familiares e companheiros, muitas vezes os próprios responsáveis por sua prisão.