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‘Brasil ainda deve respostas sobre a microcefalia por zika’ diz médica do Unicef

Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)
Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)

Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)

O Brasil enfrenta uma tragédia que aumenta a cada novo pronunciamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou manifestação de especialistas. Não bastou a reunião desta terça-feira (22), com governos de todo o mundo, para avisar que o zika está no planeta “para ficar” e que apenas no Brasil mil novos casos deverão ser identificados. Hoje, em O Globo, a médica Francisca Maria Andrade, especialista em programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), afirma que o mundo voltou os olhos para o Brasil com a explosão de casos de bebês com microcefalia e que ainda “devemos ” muitas respostas para a sociedade.

Na manhã desta quarta-feira (23), matéria da Agência Reuters divulgada pela Globo Online, informou aos brasileiros que treze bebês nascidos com circunferência craniana normal, foram diagnosticados com síndrome de zika congênita e desenvolveram microcefalia nos meses posteriores ao nascimento.

Francisca Maria Andrade defende que famílias sejam treinadas para estimular crianças com a doença

SÃO PAULO- A médica Francisca Maria Andrade, especialista em programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), afirma que o mundo voltou os olhos para o Brasil com a explosão de casos de bebês com microcefalia e que ainda “devemos ” muitas respostas para a sociedade. Em entrevista ao GLOBO, a pediatra defende que os estímulos às crianças ocorram não somente em clínicas, mas que também as famílias sejam treinadas para desenvolverem em suas casas. A instituição fez uma parceria com o facebook, cujos detalhes foram divulgados nesta terça-feira em São Paulo.

Com base em insights de conversas online, foi possível identificar as principais dúvidas das pessoas sobre o vírus. A partir desses dados, o Unicef direcionou sua campanha digital de conscientização e prevenção. Na atuação em campo também houve aprimoramento, como informações diretas e pontuais de conscientização e prevenção ao mosquito Aedes aegypti em calendários impressos entregues em residências de municípios do Nordeste, onde se concentram a maioria dos casos no Brasil. Dados da rede social mostram que, de 5 de maio a 31 de agosto, foram 17,3 milhões de interações sobre o vírus zika na rede social – reações, comentários e compartilhamentos.

O que mudou no trabalho de campo do Unicef a partir dos dados divulgados pelo Facebook?

A gente estava direcionando as campanhas para as gestantes. E vimos que não estava surtindo o efeito esperado na conscientização e prevenção; não estavam, por exemplo, usando repelente. Quando vimos que eram os homens quem postavam material sobre zika vírus, começamos primeiro a insistir na presença do companheiro nas consultas do pré-natal, e depois no acompanhamento dos bebês nascido com microcefalia.

Você afirmou que o mundo está olhando para o Brasil e cobra respostas. Que tipo de respostas estamos devendo ?

A Colômbia, por exemplo, esperava muitos casos de síndrome congênita por Zika. De 700 previstos, apenas, foram 60 confirmados. Aqui no Brasil ainda estudamos fatores coadjuvantes que tentam explicar este grande número de casos no Nordeste. A região Norte também tem problemas de saneamento e não registrou tantos casos.

Outro ponto importante também é como convencer mães de bebês com microcefalia a usar preservativo. Já existem mulheres em nova gestação. Esses são alguns pontos.

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