Com o orçamento enxuto após um ano de crise econômica, quase metade da população deve recorrer a bicos e outras atividades para gerar renda extra neste dezembro e garantir os presentes de Natal. Segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 41% dos entrevistados vão apelar aos trabalhos informais para comprar presentes melhores, principalmente os mais jovens, as mulheres, e as pessoas das classes C, D e E, que correspondem a 50,1%, 47,9% e 44,8% dos entrevistados, respectivamente.
Para a deputada federal Geovania de Sá (PSDB-SC), esses números confirmam a decadência do emprego e a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, mesmo em período de maior demanda. “É um cenário que vai ficar um pouco mais preocupante do que no ano passado, porque as pessoas realmente estão conscientes de que é difícil esse momento que estamos atravessando. A gente não tem ainda um número formal, fidedigno de quem está no mercado de trabalho. Mas tudo isso é uma consequência dessa crise que a gente está atravessando, o que dificulta o acesso ao mercado de trabalho formal”, afirmou.
A pesquisa aponta ainda que muitos trabalhadores devem reservar o 13º salário para economizar, investir e, principalmente, quitar dívidas e pagar impostos para o ano seguinte, como IPTU e IPVA. Geovania de Sá concorda que, diante do cenário ainda frágil da economia, poupar e aplicar os recursos serão hábitos amplamente adotados neste fim de ano.
“Com essa crise que está instalada, essa insegurança do brasileiro faz com que uma renda a mais – nesse caso, o 13º salário – fique para as dívidas, os impostos ou economias, exatamente porque eles ainda não sabem como vai se comportar o país no ano que vem.”
O comportamento do brasileiro neste Natal deve afetar diretamente as vendas que, segundo a Associação Comercial de São Paulo, podem cair de 4% a 5% em comparação com o ano de 2015.