Brasília (DF) – Após conseguir arrastar por 11 meses o processo por quebra de decoro parlamentar, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha poderá ter seu futuro decidido nesta segunda-feira (12). Até ontem, cerca de 300 deputados declararam ao jornal O Globo que votarão a favor da perda do mandato do peemedebista, número bem superior aos 257 votos necessários para a cassação. Outros 181 não declararam o voto. O julgamento terá início às 19 horas.
De acordo com a reportagem, o deputado tem o apoio declarado de apenas quatro parlamentares. Toda a bancada do PSDB deve votar unida em favor da perda do mandato de Cunha, que já afirmou que deve comparecer pessoalmente à sessão de hoje para fazer sua defesa ao lado do advogado Marcelo Nobre.
O deputado é acusado de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. O voto será aberto, com a posição de cada parlamentar exibida no painel. A expectativa é que quórum seja elevado, com mais de 400 presentes.
Neste domingo (11), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou mais uma liminar pedida por Cunha para tentar suspender a votação na Casa. Foi o quinto recurso do peemedebista rejeitado pelo STF, onde é réu em duas ações penais.
Entre os próprios aliados do PMDB e de partidos do centrão que o apoiavam, o clima é de pessimismo. Segundo o jornal, por meio de cartas e telefonemas, o parlamentar continua tentando convencer os deputados de que não merece ser cassado. Nas mensagens, o tom não é de intimidação, mas apelativo.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), próximo a Cunha, afirmou que pedirá apenas a suspensão do mandato. Na avaliação dele, o que deve ser levado a voto é um projeto que pode receber emendas propondo penas mais brandas. Segundo o Globo, Cunha não quer que seja votado o parecer pela cassação aprovado pelo Conselho de Ética.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou que seguirá a tradição e o regimento da Casa e colocará em votação o parecer do Conselho de Ética. Maia disse ainda que deve negar as questões de ordem que apontem para a votação de um projeto, mas admite que o plenário poderá dar a palavra final sobre as dúvidas regimentais.
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