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Venezuela pode ser rebaixada a membro não pleno do Mercosul, diz ministro José Serra

serraBrasília (DF) – A Venezuela, na avaliação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, pode ser rebaixada à categoria de membro não pleno do Mercosul. O país não conseguiu incorporar quase metade do acervo de normas que condicionavam a sua entrada no bloco, mesmo com um prazo de 12 anos para fazê-lo. Em Foz do Iguaçu, para participar de um jantar com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, no último sábado, Serra disse ainda que a Venezuela não poderá assumir a presidência do bloco.

De acordo com reportagem publicada nesta segunda-feira (8) pelo jornal Valor Econômico, Brasil, Paraguai e Argentina atuam para impedir que a Venezuela assuma a presidência rotativa do bloco, por conta da violação das cláusulas. Na quinta-feira passada (4), diplomatas dos três países mais o Uruguai, fundadores do Mercosul, se reuniram em Montevidéu para discutir o impasse, mas não chegaram a um acordo.

A tradição é que a presidência do bloco siga uma rotação por ordem alfabética, o que colocaria a Venezuela como a próxima na lista. O problema é que Brasil, Paraguai e Argentina entendem não haver condições políticas para que os venezuelanos assumam o bloco, além de não terem conseguido cumprir os pré-requisitos para isso.

“Pode haver uma possibilidade não de excluir, mas de, como se diria em inglês, ‘downgrade‘: de colocar como membro não pleno, em face do não cumprimento das exigências, que deviam ser prévias ao ingresso no Mercosul”, afirmou Serra. “É uma possibilidade também, estou aqui falando de possibilidades. Uma certeza, dentre elas, é que a Venezuela não vai presidir”, destacou.

O ministro das Relações Exteriores acredita que a questão estará resolvida até meados de agosto. Para ele, duas fórmulas possíveis para resolver o problema seriam a criação de um colegiado ou a antecipação da passagem da presidência do Mercosul para a Argentina, próximo país na fila.

Em notas publicadas nos últimos dias, a chancelaria venezuelana disse ser vítima de uma “Nova Tríplice Aliança”, formada por Brasil, Argentina e Paraguai, que pretende embargar o seu direito de exercer a presidência do bloco.

“A Venezuela, ou melhor, o presidente [Nicolás] Maduro, que é o presidente da Venezuela, não vai poder assumir, até porque a Venezuela não cumpriu com os pré-requisitos de ingresso no Mercosul”, considerou Serra. “E também porque o Maduro hoje não governa nem seu país direito, imagina o Mercosul”, completou o tucano.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Valor Econômico.