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Manhã de participação no curso de capacitação do PSDB-Mulher em Brasília

Dra Cristina Lopes fala primeiro painel sistema politicoBrasília (DF) – Está um sucesso o curso “Mulheres na política: capacitação para novas lideranças”, nesta sexta (27), em Brasília. Promovido pelo PSDB-Mulher Nacional em parceria com a Fundação Konrad Adenauer, o evento, que já havia acontecido em São Paulo, no final de janeiro, dessa vez foi dirigido para as novas filiadas das regiões Centro-Oeste e Norte.

Aberto pontualmente pela presidente do PSDB-Mulher Nacional, Solange Jurema, o conteúdo do workshop aborda a democracia, o sistema político-partidário brasileiro, a participação das mulheres na política, o acesso deste segmento da população aos direitos e à cidadania e analisa a conjuntura.

“Queremos que as mulheres que participam do PSDB discutam uma série de assuntos para que tenhamos unidade de pensamento”, destacou Solange, para quem é muito importante discutir o país, no importante momento que estamos atravessando.

Uma plateia atenta, de mais de 80 mulheres, ouviu a fala inicial de Felix Dane, representante da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, para quem a maior participação feminina na política é sinal de desenvolvimento e democracia em um país. “Em uma democracia é preciso haver envolvimento das mulheres em todos os níveis: federal, estadual e municipal”, exemplificou Dane, “há anos a Konrad vem fortalecendo o vínculo com o PSDB-Mulher Nacional, o que muito nos agrada, para que esse envolvimento aconteça”.

 

Sistema Político Brasileiro e Democracia

A primeira mesa do evento assumiu a difícil tarefa de condensar o sistema político brasileiro em 45 minutos e saiu-se muito bem, nas falas da Dra. Cristina Lopes, vereadora do PSDB de Goiânia, que levou a plateia às gargalhadas, lendo os verbetes dos dicionários que descrevem homem e mulher.

Dra. Cristina usou essa abordagem para mostrar que a discriminação feminina começa em casa, nas pequenas coisas, e que “precisamos preparar nossos filhos e filhas dentro de casa” e unir as mulheres que já estão na vida pública. “Somos muito poucas para brigar entre nós”.

Os dois debatedores seguintes abordaram as variadas formas de poder político e deram espaço para que as novas lideranças fizessem perguntas relevantes como a de Rivanilda Kamenak, de Goiânia, que a respeito do tempo que o Supremo Tribunal Federal levou para julgar o Mensalão, em comparação com as 24 horas em que julgou ilegal a greve dos caminhoneiros disparou: “A Justiça é cega ou só enxerga quem quer?”.

Mulheres na Política

Fátima Jordão, Tânia Ribeiro e Solange Jurema

Fátima Jordão, Tânia Ribeiro e Solange Jurema

O tema da segunda mesa de debates prometia ser polêmico e cumpriu sua missão, com as participações de peso de mulheres comprometidas com políticas de gênero como Fátima Jordão, conselheira do Instituto Patrícia Galvão, que alerta para a enorme diferença entre a posição do Brasil na expectativa de vida feminina, que nos coloca na 80º lugar entre países desenvolvidos, quando somos a 7ª economia mundial.

Fátima Jordão analisou o resultado das pesquisas das últimas eleições e mostrou que mais de 65% dos eleitores brasileiros votaram em mulheres, não são eles que as rejeitam, portanto, mas os partidos.

“Precisamos brigar, vocês precisam entender: há bloqueio dentro dos partidos, o que dificulta a participação mulheres na política”, disse Fátima Jordão.

A pesquisadora disse também que os partidos estão chegando lentamente a uma conclusão: as mulheres decidem as eleições, essa é a grande virada que nós demos nas eleições; a virada do segundo turno.

“A mulher tem uma forma mais elaborada de pensar, de decidir em quem vai votar. Para onde elas forem, vai a eleição”, destacou Fátima Jordão.

As mulheres, na campanha, ficam sempre com os atributos ligados a ética, somos uma ameaça ao establishment masculino. Não é que não sejamos importantes para eles, eles nos temem, somos uma ameaça mas não assumimos a força que nós temos. A questão da reforma política, em seus vários elementos, pode e deve ser discutida pelas mulheres.

Em seguida falaram  a cientista política Ana Lúcia Henrique, que defendeu o aumento da participação feminina no Congresso Nacional como forma de melhor exercer a representação substantiva, que faz funcionar o ciclo da democracia. Inquirida a respeito, explicou a expressão:

“Representação substantiva significa que políticas públicas eficientes são pensadas por quem sabe, de fato, a falta que elas fazem”.

Na sua vez de participar, Maria das Dores Dolly Soares, diretora do Centro de Valorização da Mulher CEVAM/Goiânia,  exibiu um documentário sobre crianças agredidas pelas próprias famílias e lamentou que o poder da caneta ainda não esteja nas mãos das mulheres, para que mais crianças pudessem ser amparadas pelo Brasil afora.

 

Maioria Oprimida

 

O último painel antes do almoço começou com a exibição de um filme francês com o mesmo nome, seguido da palestra de Sílvia Rita Souza, Conselheira dos Direitos da Mulher DF, que chamou a atenção da plateia para o fato da violência no Brasil estar se tornando endêmica.

“A violência contra as mulheres no Brasil é aleatória, atinge ricas e pobres, velhas e jovens, não escolhe. Contra os homens, não, é direcionada. A situação chegou a um ponto que as mulheres estão evitando sair às ruas”

 

A próxima debatedora, Aline Bruno Soares, Coordenadora de Projetos de Política da Konrad Adenauer,  ultrapassou fronteiras e fez um relato doído sobre a situação das mulheres no mundo, com destaque especial para os estupros sistemáticos na China e Índia e as refugiadas no Congo.

Solange Jurema, presidente do PSDB-Mulher Nacional, encerrou a programação do segundo dia, falando sobre as dificuldades que as mulheres encontram para ingressar na vida pública e conclamando: ”Não adianta colocar a culpa de tudo apenas no governo. Chegou a hora de assumir nossa responsabilidade. Que valores estamos ensinando em casa a nossos filhos e netos? Precisamos mostrar a eles que não é normal o que anda acontecendo nesse país, que dinheiro público é para ser usado para o bem do povo, não para colocar no bolso”, encerrou sob aplausos.

De saída para o almoço uma das participantes, a sorridente Yamile de Souza Queiroz de Manaus, AM, comentou: “Estou achando o curso enriquecedor e necessário para estimular as mulheres a ingressar no mundo político”, e saiu ligeiro para não perder a hora.

O curso prossegue até as 16 horas desta sexta-feira (27), confira:

 

Programação

 

1º dia – quinta-feira

17:00 Credenciamento

18:30 Abertura

Solange Jurema – Presidente do PSDB-Mulher Nacional

Felix Dane – Representante da Fundação Konrad Adenauer no Brasil

19:00  Mesa Redonda: Sistema político brasileiro e democracia

Cristina Lopes – Vereadora de Goiânia/GO

João Paulo Machado Peixoto – Professor da UnB

Lúcia Bessa – Presidente da Comissão da Mulher Advogada OAB/DF Moderador: Felix Dane – Representante da Fundação Konrad Adenauer no Brasil

21:00  Coquetel

2° dia – sexta-feira

09:00 Mulheres na política

Ana Lúcia Henrique – Jornalista e Cientista política

Fátima Jordão – Socióloga, Conselheira do Instituto Patrícia Galvão

Maria das Dores Dolly Soares – Diretora do Centro de Valorização da

Mulher CEVAM/Goiânia

Moderadora: Thelma de Oliveira – Vice-Presidente do PSDB-Mulher

Nacional

10:30  Intervalo

11:00  Maioria oprimida

Sílvia Rita Souza – Consultora e Conselheira dos Diretos da Mulher DF

Aline Bruno Soares – Coordenadora de Projetos de Política da KAS

Moderadora: Nancy Ferruzzi Thame – Presidente do PSDB-Mulher SP

12:30 Almoço

14:00 Funcionamento dos partidos políticos no Brasil

Nancy Ferruzzi Thame – Presidente do PSDB-Mulher SP

Thelma de Oliveira – Vice-Presidente do PSDB-Mulher Nacional

Ricardo Caldas – Professor da UnB

Moderadora: Sandra Quezado – Presidente do PSDB-Mulher DF

15:30 Encerramento

Solange Jurema – Presidente do PSDB-Mulher Nacional

Felix Dane – Representante da Fundação Konrad Adenauer no Brasil