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“O mundo quer democracia quando ela está fraquejando”, destaca Yeda Crusius ao participar de live na terça (25)

A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, participou, na noite desta terça-feira (25/5), de uma live com o presidente da Diversidade Tucana do Rio de Janeiro e ativista de Direitos Humanos Jobson Camargo, onde discutiram os desafios das mulheres na política, gestão pública e a atual conjuntura do país.

Única governadora mulher eleita pelo PSDB, e também no estado do Rio Grande do Sul, a tucana afirmou que tem dedicado sua atuação política à democratização interna do partido, trabalhando para fortalecer não apenas o PSDB-Mulher, mas a Diversidade Tucana, o Tucanafro e a Juventude do PSDB.

“Isso se faz através dos movimentos, como me ensinou muito bem a nossa saudosa Ruth Cardoso”, disse.

“Depois de ter passado estágios extremamente honrosos, relevantes e importantes, me dedico agora a fazer a democracia interna do partido. Para fazer isso, o mundo externo está me ajudando. O mundo quer democracia quando ela está fraquejando. O mundo quer o diverso quando o diverso não é respeitado”, destacou.

Para Yeda Crusius, é o momento de se batalhar por aqueles que ainda não tem vez na política, em especial as mulheres, que são a maioria da população brasileira e se encontram severamente sub-representadas nos espaços de poder.

“Eu tive oportunidades e soube aproveitar como poucas mulheres. São muito poucas as mulheres na política ainda, 10%, 15% no Brasil”, lamentou.

“As outras mulheres ou não têm oportunidade, ou o cavalo não passou encilhado. Mas além disso, objetivamente, os partidos políticos não dão vez às mulheres. Fecham portas, criam restrições. Você está vendo o que está acontecendo na CPI do Senado? Está vendo o que eles fazem com as senadoras? É inacreditável. Você estar no século XXI, já estar passando pela pandemia, 2021, e eles não deixam as mulheres falarem. Eleitas senadoras, como eles foram eleitos senadores”, criticou a tucana.

Vale lembrar que entre os 18 membros titulares e suplentes da CPI da Pandemia, não há nenhuma mulher. Após pressão feita pela Bancada Feminina, as parlamentares conseguiram assegurar pelo menos o direito à fala durante os trabalhos do colegiado, o que não as impede de serem constantemente interrompidas pelos demais senadores.

“A transformação só pode vir quando a gente enxerga a oportunidade, e eu acho que o Chile está enxergando”, ponderou Yeda.

O país vizinho acaba de eleger uma nova assembleia constituinte, marcada não só pela paridade de gênero, mas pelo respeito aos povos originários.

Agenda 50/50

A presidente do PSDB-Mulher Nacional avaliou que o Chile dá um importante exemplo que deve ser seguido pelo Brasil, e o Secretariado tem feito a sua parte para alcançar esse objetivo. Um dos pontos chave do Planejamento Estratégico do PSDB-Mulher para 2021 e 2022 é o apoio à agenda 50/50.

“Estou dia e noite trabalhando com mulheres para ver se, em 2022, a gente elege umas duas ou três governadoras do PSDB. Para quem foi a única, isso aí já é um crescimento espetacular”, comentou Yeda.

“Assim a gente transforma o Brasil. Com paridade de gênero em todos os foros de poder. Para a gente fazer da política um instrumento de resolução de conflitos, o caminho é fazer com que a política tenha, em números, aquilo que ela é na realidade: 50% de homens e 50% de mulheres”, acrescentou.

Bons exemplos

Durante a live, Yeda Crusius também relembrou o período em que governou o Rio Grande do Sul. À época, o estado enfrentava uma gravíssima crise fiscal, e retrocedia em todos os seus indicadores sociais.

Segundo ela, era necessário “voltar a colocar o Rio Grande do Sul nos trilhos do bem fazer, da autonomia, de não precisar ir para Brasília com o pires na mão pedir dinheiro”.

Com o planejamento estratégico montado pela equipe da tucana, e cumprido por inteiro, os indicadores sociais que estavam caindo foram revertidos, voltando a subir. A gestão também alcançou o tão sonhado déficit zero, chegando a quase 11% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro ano de governo.

“Foi um governo inovador porque naquele tempo não era tão presente a questão de que você tinha que dar postos de poder para as pessoas que nunca chegavam lá, para as minorias. Foi o que nós fizemos”, contou.

São esses os bons exemplos que o PSDB-Mulher procura dar ao promover no partido o debate sobre democratização interna por meio das prévias, que escolherão o candidato do PSDB à Presidência da República.

O Secretariado já promoveu dois debates com o tema “Prévias, democracia e partido: para onde vamos? Conversa com os presidenciáveis”, com o governador de São Paulo, João Doria, e o senador da República Tasso Jereissati (CE). Nesta sexta-feira (28/5), o convidado será Arthur Virgílio Neto, que foi prefeito de Manaus (AM). Também deverá participar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em data a ser definida.

“Pela plataforma, nós estamos entrevistando, papeando, com os quatro pré-candidatos. O que importa é que o PSDB fale por uma voz só. Se una como o PSDB-Mulher é unido. As prévias devem servir para isso”, completou Yeda Crusius.