Persiste na sociedade brasileira a ideia, o senso comum de que as mulheres não entendem de economia, nem devem se preocupar com a situação econômica do país, o que é um grande equivoco desinformação e atraso na maneira de ver a inserção mulher na sociedade de hoje.
Para quem ainda pensa assim, basta lembrar que somos 48,9% da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil e 47,8 milhões de mulheres no mercado de trabalho, além de sermos responsáveis por cerca de 40% dos lares brasileiros, enfrentando grandes dificuldades.
Afinal, somos nós mulheres, as milhares de brasileiras que cotidianamente enfrentam inúmeras adversidades para manter em dia o orçamento de nossas casas, lutando contra a inflação, o aumento do preço da carne, da verdura, do ônibus – a cada ida ao supermercado, um susto com os preços. E que acompanha as incertezas do companheiro sobre a sua permanência ou não no emprego, com uma eventual redução salarial.
Portanto, o fraco desempenho da economia brasileira, o “pibinho” de 1% do ano passado e que deve se repetir nesse ano, nos afeta e sabemos disso.
O “pibinho” petista do governo Dilma Rousseff está diminuindo o ritmo da economia brasileira, que começa a dar seus sinais com a redução da produção industrial, do agronegócio, das vendas no comércio.
No mesmo sentido, o final do ano nos trará um déficit na balança comercial, outro triste desempenho do governo Dilma Rousseff que aponta para a redução de número de empregos, acentuada pela queda dos investimentos, que também ocorreu no último trimestre.
Não há, portanto, como imaginar que as mulheres passarão por esse quadro sem serem atingidas direta ou indiretamente pelo baixo desempenho dos indicadores econômicos.
Se a atividade diminui, o emprego se reduz e milhares de homens e mulheres perderão suas vagas no mercado de trabalho.
Se a inflação persiste, se o combustível sobe, isso significa que as despesas aumentam, sem que o salário acompanhe o mesmo ritmo.
Se o PIB não cresce a pelo menos 4% (uma taxa ideal básica), cerca 2 milhões de brasileiros ficam sem chances de trabalhar.
A isso tudo se deve somar mais uma nova e grave constatação, divulgada recentemente pelo Banco Central: as famílias brasileiras devem aos bancos nada menos do que 1,2 trilhão de reais, um número simplesmente estratosférico, recorde histórico. Lembramos que o excessivo consumo foi estimulado pelo governo petista para fugir da crise econômica mundial, desencadeada pelos Estados Unidos em 2008.
Podemos não ser economistas de formação, mas sabemos o que esses fatores representam em suas vidas e de toda a sua família. E não há ninguém com capacidade maior de “apertar o cinto” e arrumar a casa, como uma mulher.
Solange Jurema
Presidente do PSDB-Mulher