O estudo “Mulheres, Empresas e o Direito 2018: Igualdade de Gênero e inclusão econômica”, divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Banco Mundial, revelou que a redução da diferença salarial entre homens e mulheres poderia aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em 3,3%, o equivalente a R$ 382 bilhões.
O levantamento, que analisou o impacto da legislação na inclusão econômica das mulheres, foi desenvolvido para estimular reformas legislativas e adoção de políticas públicas que promovam maior igualdade de gênero.
No Brasil, apesar dos avanços obtidos nos últimos 10 anos, “ainda há leis que impedem a plena participação econômica das mulheres”, diz o estudo. Para a especialista em gênero do Banco Mundial, Paula Tavares, não foram vistos grandes avanços no país nestes últimos dez anos. Ela disse que há algumas lacunas que precisam serem equacionadas: “Uma delas é a questão das cotas. O Brasil até hoje não possui cotas, por exemplo, para conselho de administração de empresas privadas”.
Racismo
Para Paula Tavares, a questão das diferenças salariais, do ponto de vista do gênero, torna-se ainda mais grave quando é analisada sob o ponto de vista racial, caso em que a mulher se torna “ainda mais vulnerável”.
“Entendo que em todos os países do mundo, e principalmente no Brasil, a questão da raça ainda é um elemento que torna a mulher mais vulnerável. No Brasil, por exemplo, a renda média da mulher é equivalente a cerca de 75% da renda do homem para cargos equivalentes. Mas, no caso da mulher negra, essa diferença aumenta e chega a 50% do salário dos homens. Há uma necessidade importante de lidar com essa questão”, concluiu.
*Com informações da Agência Brasil