Por determinação da prefeita em exercício de Palmas (TO), Cínthia Ribeiro (PSDB-TO), a zona rural da capital de Tocantins virou alvo da campanha de combate e tratamento à na hanseníase.O secretário de Saúde de Palmas, Nésio Fernandes, afirmou que as visitas domiciliares passarão a ser mais comuns, para atender a população que tem dificuldade em se deslocar até o Centro de Saúde da Comunidade. “Nossa prioridade é fazer com que eles não precisem sair da zona rural para procurar atendimento na cidade”, destacou.
A família do produtor rural Edivan Nunes Monteiro, 60 anos, que reside na zona rural do Distrito de Taquaruçu, recebeu uma equipe da saúde da família composta pela médica Fabrine Vieira e a enfermeira Patrícia Rodrigues.
A médica e a enfermeira foram conhecer de perto o cotidiano das famílias que moram na zona rural do distrito, ouvir suas queixas de saúde e principalmente examiná-los, observando os sinais e sintomas de hanseníase.
Cerca de 70 famílias receberam o atendimento domiciliar nesta quarta, data que finaliza a programação do Janeiro Roxo, uma campanha Internacional pelo Combate à Hanseníase.
A região da zona rural de Taquaruçu foi escolhida pela Secretaria de Saúde de Palmas para esta ação devida a distância dos assentamentos ao Centro de Saúde da Comunidade que fica situada no distrito de Taquaruçu.
Diagnósticos
As duas profissionais formam uma das dez equipes que se dividiram nos assentamentos próximos a Taquaruçu. Em conversa descontraída no quintal de casa, elas perguntaram sobre o estado de saúde de cada um dos integrantes da família e aproveitam para explicar e examinar os moradores.
Na casa de Edivan Nunes Monteiro, seu irmão Edízio Nunes, 57 anos, e a mulher Flávia Souza, 34 anos, foram diagnosticados como portadores da doença. De acordo com a médica Fabrine Vieira, Edízio Nunes demonstra claramente todos os sintomas da doença.
“O estado da doença no Sr. Edízio está bastante evidente, inclusive, com sequelas nos nervos e também na pele. O cuidado com ele precisará ser ainda mais severo”, afirmou a médica.
Os dois moradores diagnósticas receberam a medicação e também todos os encaminhamentos para consultas e exames para dar andamento ao tratamento que geralmente tem em média um ano de duração.
Voluntariado
A médica dermatologista e hansenologista Luciana Prado, voluntária durante a ação, observou que a equipe foi muito bem recebida pelas famílias. “Imagina você entrar numa mesma casa e encontrar três integrantes da família com a doença”, disse ela, informando ser fundamental manter as ações ao longo do ano.
A médica residente em Saúde da Família Isabele Matias, que também compôs uma das equipes na ação falou da experiência de sair do consultório e vivenciar o atendimento domiciliar em comunidades menos assistidas.
“Nós profissionais da Rede de Saúde de Palmas fomos capacitados durante mais de 2 anos para diagnosticar precocemente a hanseníase, mas até então fazíamos isso no consultório. Agora, ir até o paciente, ver onde ele mora, em quais condições, poder conversar com ele na varanda, examiná-lo em sua própria casa é muito melhor, além de ser bastante gratificante”, disse.
*Com informações da Prefeitura de Palmas (TO).