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“A questão da saúde mental”, por Cristina Lopes

Publicado no jornal O Popular  – 22/01/18

O Janeiro Branco é o mês de luta pela saúde mental. Apesar da Lei Municipal nº 10.035/2017, que institui no município de Goiânia o mês destinado a divulgação, prevenção, tratamento e promoção do bem estar mental e emocional, o tema ainda é tratado com desprezo pelas frágeis políticas públicas de saúde.

Para compreender melhor a questão, é preciso destacar que o termo “saúde mental” engloba a presença de transtornos como: depressão, ansiedade, esquizofrenia, bipolaridade, estresse, pressão no trabalho, desencontros amorosos, responsabilidades da vida adulta e senilidade.

Precisamos urgentemente ampliar e criar novas políticas para a saúde mental que alcance toda população. A cultura de prevenção e cura das doenças e transtornos mentais parte da educação emocional, sentimental e comportamental nas escolas, famílias, sociedade, organizações públicas e privadas, parlamentos e governos em todas as esferas.

Neste cenário, destacamos dois aspectos: a criação de políticas de assistência integral, que envolva todos os níveis de atendimento, da atenção primária a leitos psiquiátricos de internação durante a crise e o combate ao estigma em relação aos transtornos psiquiátricos.

De acordo com estudos da OMS, o Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina. O suicídio é a terceira maior causa de morte de adolescentes no mundo. O levantamento constatou que a depressão é o principal fator de risco para o suicídio. Somos o 16º país no mundo em menção de suicídio e caminhando para ser o terceiro até 2020.

O risco se torna maior na presença de pobreza, desemprego, morte de um ente querido, ruptura de relacionamento, doenças e uso de álcool e de drogas. O Brasil também é campeão mundial no índice de ansiedade: 9,3% da população manifesta o quadro.

A escolha é clara: precisamos usar todo conhecimento sobre comportamento humano para criar um ambiente social no qual possamos viver vidas produtivas e criativas. A campanha é um movimento de apoio e mobilização sobre um problema tão grave que aflinge não apenas quem sofre de algum transtorno mental ou emocional, mas a família, amigos, colegas e a sociedade como um todo.

O Janeiro Branco chama a atenção de todos para questões relacionadas não só à saúde mental e emocional, mas para a felicidade do ser humano. Para que possamos, finalmente, iniciar um período de paz emocional e de prosperidade sentimental.

 

*Vereadora Dra. Cristina Lopes Afonso, fisioterapeuta, educadora física e especialista em saúde dermato-funcional