Os governos e prefeituras do PSDB por todo o Brasil contam com um poderoso reforço em seus primeiros escalões: tucanas que integram secretarias estaduais e municipais, exercendo cargos técnicos e contribuindo para uma gestão mais eficiente em diversas regiões brasileiras. Em Goiás, por exemplo, estado comandado pelo governador Marconi Perillo (PSDB), duas tucanas ocupam secretarias – Lêda Borges de Moura, na Secretaria da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho (Secretaria Cidadã); e Raquel Teixeira, na Secretaria da Educação, Cultura e Esporte (Seduce).
Na própria Seduce, as mulheres são maioria, ocupando 80% dos cargos de chefia. São 31.616 professoras, servidoras, diretoras, chefes de núcleo e de gabinete, coordenadoras e superintendentes, além da própria secretária estadual, Raquel Teixeira.
“Atuo em uma pasta de grande predominância da mulher, e acho isso muito bom porque a mulher consegue trazer para o ambiente do trabalho essa perspectiva mais comunitária, mais gregária, que eu acho que é uma característica do século XXI”, afirmou a tucana. “Mesmo nas grandes empresas, os CEOs de hoje precisam ter características que eram consideradas tipicamente femininas, de uma liderança mais horizontal, mais inspiradora, mais do que autoritária, hierárquica, e a mulher desempenha isso muito bem”, disse.
A secretária contou que no Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, teve muito a comemorar. “Nunca enfrentei nenhuma barreira por ser mulher. Ser mulher nunca foi um fator limitante para mim, mas talvez até porque eu tenha sido criada com o sentimento de que eu podia ser o que quisesse. O que constato na minha relação com outras mulheres é que nem sempre é assim. Algumas mulheres sentem a barreira limitadora do gênero. O que nós temos que trabalhar é para continuar avançando. É claro que a mulher já avançou muito, desde que saímos das cavernas e desde que a mulher conquistou o direito ao voto”, considerou.
Ainda assim, Raquel Teixeira avaliou que o caminho ainda é longo para que as mulheres alcancem a tão sonhada igualdade e representatividade, no governo e na política. Na visão da tucana, é preciso discutir qual é o papel da mulher na sociedade, “que não seja apenas aquele de mulher do marido, mãe dos filhos”, e a responsável pelas necessidades de ambos.
“Na esfera de governo e da política, ainda acho que a nossa representatividade é muito baixa. Os índices de representação da mulher na vida pública e na vida política partidária são muito ruins. A gente se equipara aos piores países da América Latina e do mundo árabe. É preciso ter mais mulher na vida política partidária, até porque as mulheres são um pouco mais da metade da população, de eleitores, e qualquer plenitude democrática só acontece quando há 50% de divisão”, ressaltou.
“O mundo é 50% de homens, 50% de mulheres, e as diferenças não são só anatômicas, biológicas. Há diferença na forma de enxergar o mundo, na percepção, na visão. O olhar feminino é diferente do olhar masculino. Se não fosse, por exemplo, a presença de mulheres no Parlamento, dificilmente o Brasil teria uma lei como a Lei Maria da Penha, tão importante na defesa de um crime bárbaro que acontece até hoje, que é a violência doméstica”, acrescentou Teixeira.
Políticas públicas
A garantia de políticas públicas para a mulher também é uma preocupação das tucanas. A Secretaria da Família e Desenvolvimento Social do Estado do Paraná (SEDS), por exemplo, chefiada por Fernanda Richa, pretende investir R$ 2,5 milhões, ainda neste ano, no fortalecimento das ações voltadas à mulher no estado, governado por Beto Richa (PSDB). O valor será aplicado no projeto “Centro de Referência de Atendimento à Mulher Itinerante” e em campanhas de conscientização e enfrentamento à violência contra a mulher.
A secretária Fernanda Richa destacou que a mulher paranaense é prioridade para o governo tucano. “Programas de todas as secretarias e órgãos evidenciam essa preocupação. O Programa Família Paranaense, concebido na Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, que com orgulho dirijo, é a realização de um projeto de dez anos atrás, ainda na Prefeitura de Curitiba. Iniciado no Paraná em 2012, já atendeu ou continua atendendo mais de 265 mil famílias, 35 mil delas com acompanhamento direto e particularizado”, frisou.
Para a tucana, mais do que comemorar o Dia Internacional da Mulher, é importante refletir sobre os avanços femininos ao longo da história e sobre os desafios ainda por vencer. “O Dia da Mulher é hoje, é todo dia”, completou.
Tucanas pelo Brasil
Outros exemplos de gestões do PSDB com mulheres no primeiro escalão estão no governo do Mato Grosso do Sul, comandado por Reinaldo Azambuja (PSDB), em que a secretária de Estado de Educação é Maria Cecília Amendola da Motta, e da prefeitura de São Paulo, chefiada por João Doria (PSDB), no qual a vereadora licenciada Patrícia Gama de Quadros Bezerra ocupa a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC).