O ex-ministro do Planejamento e das Comunicações nos governos de Lula e Dilma, Paulo Bernardo, foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (23) em operação da Polícia Federal (PF) que é um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato.
Bernardo é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT) e exerceu o cargo de ministro durante 10 anos nos governos petistas. A prisão aconteceu em Brasília, no apartamento funcional da esposa. O imóvel do casal em Curitiba também foi alvo de buscas pelas autoridades. O ex-ministro deve ser levado para a sede da PF em São Paulo. As informações são de matéria publicada nesta quinta-feira (23) pelo jornal Folha de S. Paulo.
A PF informou que o objetivo da operação, batizada de Custo Brasil, é apurar o pagamento de propina referente a contratos de prestação de serviços de informática no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – pasta que foi chefiada por Bernardo.
A continuação das investigações é resultado da delação premiada do ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano, preso em agosto de 2015.
Além de Bernardo, o ex-ministro da Previdência e da Secretaria da Aviação Civil Carlos Gabas, amigo pessoal da presidente afastada, e o jornalista Leonardo Attuch, dono do site “Brasil 247”, foram convocados a depor voluntariamente.
O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC) considerou lamentável mais essa descoberta de ilegalidades envolvendo o dinheiro público e comemorou o fato das investigações da PF estarem esclarecendo o forte esquema de corrupção do PT no poder. “O PT roubou o Brasil em todos os níveis e em todos os setores. Eu acho que demoraram muito para chegar até o Paulo Bernardo. A esposa dele tentou blindá-lo com ajuda dos colegas, mas não conseguiu. Fizeram tudo que puderam para tentar esconder toda essa roubalheira, mas finalmente está tudo vindo à tona”, afirmou.
Tebaldi avaliou o momento político atual como “um processo muito importante para a democracia brasileira”. “Eu tenho certeza de que, quando as investigações chegaram ao fim, nós vamos virar essa página, passar a régua e o país será outro. Isso faz parte do amadurecimento da sociedade como um todo. Uma nova geração de políticos está vindo. Mais comprometidos com a verdade e com o país. Não essa quadrilha que se instalou no Brasil e dilapidou nosso patrimônio e nossa economia”, concluiu.
Outras prisões
O secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia, que já trabalhou no Ministério do Planejamento, também foi detido e sua casa é alvo de busca e apreensão.
O ex- tesoureiro do PT, João Vaccari, que já está preso pela Lava Jato, também é alvo de novo mandado de prisão. Além dele, o advogado Guilherme Gonçalves, que atuou nas campanhas de Gleisi Hoffmann, também terá a prisão preventiva decretada.
A sede nacional do PT localizada em São Paulo e a sede do partido em Brasília estão sendo objeto de busca e apreensões pela PF.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, todos expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.