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FHC reafirma que impeachment não é golpe e discorda de convocação de novas eleições

Coletiva FHC 10/12/15 – Só o impeachment não basta precisamos mudar muito esse paísO ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, reafirmou, nesta segunda-feira (18), que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não é golpe, ao contrário do que insistem em alardear o governo e o PT. A abertura do processo foi aprovada em sessão histórica pela Câmara dos Deputados neste domingo (17), por 367 votos a favor e 137 contrários.

Em entrevista coletiva em evento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta manhã em São Paulo, FHC discordou da proposta de convocar uma nova eleição presidencial – como ventilada por ministros de Dilma e sugerida por alguns senadores da ala governista. “Isso não está na Constituição. E é sempre perigoso. Já é ruim ter de passar por processo deimpeachment. O processo que leva a isso não é um desejo. Então, imagina criar mais uma regra que não está na Constituição. Se o Tribunal Superior Eleitoral disser que a chapa [Dilma-Temer] é nula, se for este ano é eleição geral. E se for ano que vem o Congresso elege. Olha, nenhuma dessas soluções é maravilhosa. Nós vamos ter de juntar nossas forças para, a despeito de tudo, manter a liberdade, manter a democracia e o respeito. E não insistir em uma coisa que não é verdadeira. Não há golpe nenhum, é tudo dentro da lei, seguindo o rito da Constituição”, afirmou o ex-presidente.

Na avaliação do tucano, o afastamento de Dilma não traz riscos à democracia, e sim o seu amadurecimento e fortalecimento. “Havia muita dúvida quando se tratava do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Ulisses Guimarães e eu temíamos a quebra da democracia, do regime. E no caso do Collor não houve consequência negativa para a democracia. E, neste momento, com todo esse debate [sobre a abertura de processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff], não acho que haja risco à democracia”, disse FHC, ressaltando que hoje o país vive uma “uma crise de desemprego, uma crise moral por causa da corrupção e uma crise de falta de lideranças políticas”.

Confira AQUI entrevista completa do ex-presidente ao jornal Valor Econômico.