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PSDB e PSDB-Mulher recebem deputado alemão em intercâmbio para conhecer os desafios para o centro no cenário político brasileiro

O PSDB e o PSDB-Mulher receberam nesta quarta-feira (28/6), na sede do partido em Brasília, o deputado federal alemão Peter Beyer, da União Democrata-Cristã (CDU), junto à comitiva da Fundação Konrad Adenauer (KAS Brasil). Enviado para a América Latina como representante da bancada CDU-CSU, Peter Beyer, destacou que está no Brasil para conhecer os desafios para o centro no cenário político brasileiro e manifestou interesse em saber as impressões e como o PSDB tem enfrentado estas mudanças.

“Tenho muitas expectativas em relação ao PSDB. É um partido irmão. Pela primeira vez, somos oposição no parlamento alemão. Por isso, vemos a necessidade de inovação, de rejuvenescer, sem perder nossa essência. Como atrair eleitores? Como têm sido os resultados nos investimentos nas mulheres?”, explicou.

Participação das mulheres na política

O parlamentar alemão ressaltou que há uma sub-representatividade das mulheres no parlamento alemão, o que justifica o interesse da CDU em investir em inciativas que promovam o aumento da participação feminina na política. “São questões que precisamos repensar. Queremos incluir diversos setores da sociedade. Não queremos de um partido de uma pauta. Queremos ser um partido inclusivo, com mais mulheres e jovens”, argumentou.

Em seguida, Peter relatou que apesar de resistências internas, pela primeira vez na história, a CDU decidiu implementar cota de mulheres para os órgãos de direção, assumindo o objetivo de atingir a paridade até 2025. “Temos a CDU Mulher em todos os diretórios e mentorias para trabalharmos ações pelo fim da sub-representatividade das mulheres”, contou.

Diante do relato, Luciana Loureiro destacou que já existe a regra no Estatuto do PSDB, desde 2013, que prevê a cota de no mínimo 30% de mulheres nos diretórios municipais, estaduais e Executiva do partido. A tucana disse que este é um dos frutos da conscientização e do empenho das mulheres para aumentar a representatividade em todas as instâncias de Poder.

Luciana Loureiro, que também é vice-presidente do PSDB-Mulher do DF, relembrou sua trajetória no partido e destacou nomes de mulheres inspiradoras da legenda, como o da presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, que foi a primeira mulher eleita governadora no Rio Grande do Sul e pelo PSDB.

A tucana também explicou ao deputado Peter como funcionam o sistema de cotas de gênero, fundo partidário para capacitações das mulheres e financiamento de campanhas femininas. Ela disse que percebeu a semelhança com o parlamento alemão quando ouviu o relato sobre a sub-representatividade das mulheres na política.

Capacitação das mulheres

A assessora jurídica destacou como tem sido próspera a parceria entre o PSDB-Mulher e a KAS Brasil para atrair e preparar as mulheres para a política. E relembrou o intercâmbio feito por candidatas do PSDB a prefeituras na Alemanha.

“Em 2016, algumas das nossas candidatas tiveram a oportunidade de participar do intercâmbio e conhecer como funciona a gestão dos municípios na Alemanha. Todas foram eleitas, entre elas a Judite Botafogo, mulher, negra que foi reeleita para prefeita do município de Lagoa do Carro (PE). Cinthia Ribeiro também participou do intercâmbio, e foi a única mulher eleita para prefeita de capital no país. A Thelma de Oliveira, ex-deputada federal e que foi nossa presidente, conseguiu implementar muito do que aprendeu lá na Chapada dos Guimarães”.

Desafios para o centro democrático

Outra semelhança com o PSDB é o momento pelo qual passa o partido alemão CDU. Durante o encontro, o deputado Peter destacou que esta é a primeira vez que sua legenda está como oposição. Ele lamentou o fato da CDU não ter ido bem nas últimas eleições e revelou que sua visita ao Brasil ajudará a compreender e investir em novas estratégias para amplificar o elo com diversos setores da sociedade.

A diretora partidária, Micheli Petry, detalhou que o PSDB também tem passado por mudanças e que tem viajado pelo Brasil para ouvir a militância e coletar dados com a opinião da população dos estados por onde passam.

“Vivemos hoje uma política polarizada, com discursos de ódio. E o PSDB é uma alternativa para fugir disso e de fato fazer uma política voltada para reformas estruturantes, que melhorem o cenário social-econômico do país”, destacou e completou: “Temos um presidente jovem, com alta capacidade de comunicação e governador de um dos estados mais importantes do país. Estamos fazendo uma autoanálise e pretendemos, com esses encontros e pesquisas, reestruturar o PSDB, promover mudanças que permitam uma melhor comunicação junto à sociedade e apresentar um 3º polo já a partir das eleições municipais”.

O parlamentar alemão questionou o posicionamento do PSDB diante do governo do presidente Lula. Micheli Petry afirmou que o partido não tem alinhamento ao novo governo federal, mas que faz uma oposição responsável. “Se as propostas debatidas forem benéficas ao país, o PSDB votará junto. Mas, temos alinhamentos muito divergentes, principalmente, na área econômica”, salientou.

Curiosidades

O deputado federal alemão Peter Beyer e a comitiva da Fundação Konrad Adenauer foi recepcionada pela assessora jurídica do PSDB-Mulher que apresentou a galeria dos ex-presidentes do PSDB e políticos de destaque na história do partido. O parlamentar questionou o fato de o símbolo do partido ser um tucano e Luciana explicou que por ser uma ave tipicamente brasileira, isso facilitou a identificação e comunicação com a população. “O tucano é uma ave tipicamente brasileira. Foi uma forma de indicar a preocupação do partido em aplicar a social-democracia de acordo com a realidade nacional”.

O encontro foi acompanhado pela responsável pelas relações institucionais da KAS Brasil, Carla Shores, e pela representante adjunta da fundação no Brasil, Carmen Leimann-López.