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Em entrevista à Marie Claire, Raquel Lyra fala sobre últimos momentos ao lado do marido e projetos para as mulheres

A primeira governadora eleita da história de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), concedeu uma entrevista à revista Marie Claire em que contou, emocionada, como foram os últimos meses de campanha, além de detalhar sua trajetória política e as prioridades do seu governo, com projetos para as mulheres.

Ela falou ainda sobre os últimos momentos ao lado do marido, Fernando Lucena, companheiro de vida e trabalho por 30 anos, que sofreu de um mal súbito na votação do primeiro turno das eleições.

A corrida ao governo de Pernambuco foi palco de um cenário inédito na história do país, com duas mulheres, Raquel, pelo PSDB, e Marília Arraes, pelo Solidariedade – três se contarmos a vice de Raquel, Priscila Krause, do Cidadania – na disputa. Ainda neste ano foi eleita a primeira senadora do estado, a petista Teresa Leitão.

Confira um trecho da entrevista a seguir:

MC Quais serão as prioridades de seu governo?

RL A gente precisa mudar as comunidades a partir das mulheres. Vou construir maternidades, dobrar o número de creches de Pernambuco, como fiz em Caruaru, e promover qualificação profissional para as mães lá dentro. Governar é eleger prioridades, e fiz uma escolha: ter um diálogo reto com as mulheres. Se um lugar vai crescer, é porque estamos cuidando delas e de suas crianças. O rosto da fome é o da mulher de periferia, com filho pequeno. E é com elas que vamos conversar primeiro.

MC Quais serão as propostas para essa mulher?

RL Primeiro, vamos abrir o programa Mães de Pernambuco, de auxílio de R$ 300 para mulheres com filhos de 0 a 6 anos e que preenchem os requisitos do Auxílio Brasil. Todos os estudos apontam que a gente garante a formação de uma criança do 0 aos 6, do ponto de vista nutricional, pedagógico, sociológico, de estímulos. Essa criança precisa ter comida. Vamos também fazer um programa de empreendedorismo com foco especial para mulheres, com qualificação profissional e acesso a crédito desburocratizado. Para isso, temos que abrir espaço para cuidar das crianças e vamos abrir 60 mil vagas em creches. Nada mais libertador para uma mulher do que garantir que a sua criança esteja em tempo integral na escola, com cinco refeições garantidas, com vacinação, oculista, dentista. Precisamos agir em várias frentes, e a primeira delas é garantir comida na mesa.

MC Em 2021, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada sete horas no Brasil, em média. O que a senhora fará para enfrentar esse problema?

RL Repressão qualificada e prevenção social. Uma mulher não é vítima de feminicídio de uma hora para outra. Existe uma trajetória. Precisamos de uma rede de proteção. Fortalecer o enfrentamento à violência, o acolhimento das vítimas, a patrulha Maria da Penha, a aproximação dessas mulheres sob medida protetiva. Precisamos garantir rede de qualificação de todos os servidores e conseguir identificar precocemente essas histórias. Uma criança que falta à escola muitas vezes pode ser porque a mãe está sendo vítima de violência. Quando coloca alertas sobre isso e manda alguém visitar a casa, identificamos a violência precocemente. Vamos descentralizar o atendimento, com delegacias que funcionem 24 horas, sete dias por semana, e oferecer acolhimento multiprofissional. É muito mais fácil asfaltar 50 quilômetros do que tirar uma mulher do ciclo de violência. Vou asfaltar também, mas minha prioridade é cuidar delas.

MC A senhora se considera feminista?

RL Por vocação e dever de gênero.

Leia a entrevista completa AQUI.

*Do portal da revista Marie Claire