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Thelma de Oliveira e Rosangela Saldanha defendem participação ativa partidária como inclusão nas eleições

Para vice-presidente do PSDB-Mulher e especialista, este é o caminho para debater pautas das mulheres

A vice-presidente do Secretariado Nacional do PSDB-Mulher, ex-deputada federal e ex-prefeita da Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira, e a pós-doutora em Planejamento e Políticas Públicas pela  Universidade Autonoma de Barcelona, Rosangela Saldanha Pereira, defenderam, neste sábado (11/06), que as pré-candidatas participem ativamente da vida partidária para que possam, desta forma, garantir a inclusão de pautas de interesse feminino nas eleições e após eleitas.

Thelma de Oliveira e Rosangela Saldanha alertaram sobre o risco de violência política contra as mulheres, algo comprovado em pesquisas e também na prática, como disse a ex-prefeita. “Quando fui prefeita da Chapada, fui muito vítima de violência política. Foi uma demonstração de quanto os homens querem denegrir uma mulher que está no Poder. Esta luta não é de um partido, mas de todas as mulheres.”

Com a experiência de quem passou pelo executivo e legislativo, Thelma de Oliveira foi mais adiante nos conselhos: “Se a gente não brigar para falar, a gente não fala. Por que? Porque os homens gostam de se ouvir e não de ouvir as mulheres. Nossa luta é permanente”, disse a ex-prefeita. “Mulheres têm apenas 85% os direitos dos homens”, afirmou Rosangela Saldanha.

Thelma de Oliveira e Rosangela Saldanha participaram do Encontro de Capacitação Política Estadual PSDB-Mulher de Mato Grosso “Mulheres que Constroem um Brasil Melhor”, em Cuiabá (MT), quando discursaram durante a palestra “Os desafios para mulher no século XXI”.

Medidas eficientes

Rosangela Saldanha ressaltou que há pesquisas que mostram que a participação efetiva das mulheres na política melhoram os dados econômicos por causa de seu empenho às causas sociais. A partir daí, ela citou o que classifica como prioridades: adoção de cotas de gênero, embora advirta: “É fundamental, é inegável, mas é insuficiente para garantir resultados”.

Também mencionou a garantia de mais recursos e visibilidade para as mulheres candidatas. “Questão de tempo de rádio e televisão e ainda a utilização das redes sociais, as candidatas ainda não usam de forma correta, não têm foco e baixo impacto. Tem de dialogar com o eleitor.”

A especialista destacou a necessidade de as mulheres lutarem de maneira intensa para garantir seu espaço político. “Por que ainda temos uma baixa representatividade de mulheres no Poder? Será que as cotas são inócuas? O Brasil vem perdendo representações em cargos elevados.”

Segundo Rosangela Saldanha, com as mulheres em espaços políticos as meninas têm fontes de inspiração. “A mulher na política melhora os índices de desenvolvimento sociais, educacionais e aspirações de carreiras para as meninas adolescentes. Mulheres em cargos de Poder são inspiradoras para jovens e adolescentes.”

História

Thelma de Oliveira e Rosangela Saldanha fizeram um breve histórico sobre a participação das mulheres na política. A ex-prefeita contou que começou a militar ainda na universidade e filiou-se, em 1979. Porém, ela ressaltou: o machismo ainda é presente. Ela recomendou que as mulheres intensifiquem sua participação partidária.

“Não se iludam: nosso partido é machista. Não é culpa da mulher. É culpa dos partidos que não querem dividir recursos financeiros e tempo de TV. Estou vendo várias companheiras, têm de ir para dentro dos diretórios. Nós temos esse direito. Não acaba quando você se dispõe a ser candidata.”

Ao mencionar as conquistas das mulheres ao longo da história, Rosangela Saldanha começou no século XIX e prosseguiu até os dias de hoje, e surpreendeu ao dizer que, em 1979, a prática do futebol era proibida para as atletas femininas. Ela citou aina que em 1974, as mulheres só podiam ter cartão de crédito com autorização de um homem – marido ou pai.

No século XIX, foram autorizados às mulheres os direitos de frequentar escolas, votar e integrar partido político.