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Primeiro dia de capacitação promovida pelo PSDB-Mulher discute prévias e avanço das mulheres na política

O Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV) e a Fundação Konrad Adenauer (KAS Brasil), deu início, nesta quarta-feira (10/11), a mais um curso de capacitação política para lideranças multiplicadoras, com o tema “Gênero e Política nas Eleições 2022: Oportunidades e Desafios”.

No primeiro de dois dias de curso, tucanas, mobilizadas pelas presidentes estaduais do PSDB-Mulher de todo o Brasil, discutiram temas como a importância das prévias partidárias, o cenário político e a reforma eleitoral, avanços na representatividade feminina na política e como incentivar a participação de mais mulheres no processo democrático.

Ao abrir o debate, a presidente do PSDB-Mulher Nacional, Yeda Crusius, salientou a importância da iniciativa do Secretariado de promover cursos com o objetivo de preparar lideranças femininas para posições de destaque na sociedade brasileira.

“São 118 mulheres inscritas para fazer capacitação em um momento de intensidade política, não importa a jornada que as chama para ocuparem espaços que ainda não ocupam, discutindo temas fundamentais, como as inovadoras prévias que o PSDB colocou no Brasil e que mudaram a cobertura política brasileira, e a mídia reconhece isso; a reforma política, em que não só não retrocedemos, como avançamos; e o papel da mulher na política”, disse.

Anja Czymmeck, diretora da KAS Brasil, acrescentou que é necessário analisar a conjuntura política brasileira sob a ótica da igualdade de gênero.

“É importante que os partidos façam mais ofertas para incluir as mulheres de verdade em sua estrutura partidária. As mulheres são maioria entre os 150 milhões de eleitores brasileiros, mas a taxa de representação feminina no Congresso não chega nem à metade. Por isso, os cursos que a Fundação oferece junto ao PSDB-Mulher são essenciais para que mais mulheres possam se engajar na vida política e tenham chances de vencer as eleições”, considerou.

Mulheres no poder

No Painel I: Panorama político – A importância das mulheres nas eleições de 2022, a cientista política da Universidade de São Paulo (USP) Graziella Testa destacou pesquisas que comprovaram como a política de cotas femininas subiu o nível dos eleitos em diversos países. A eleição de mulheres nos municípios, segundo ela, contribui para a implementação de políticas públicas de caráter social e econômico. As cidades governadas por mulheres também registraram menos óbitos e internações devido à Covid-19 em meio à pandemia.

“O fato de uma mulher fazer uma boa gestão de política pública de saúde, no entanto, não significa que esse seja o único lugar da mulher na política. O lugar da mulher é qualquer lugar, seja na área social, na educação ou no orçamento”, frisou.

A palestrante alertou ainda para o fato de que a mulher é a principal vítima da omissão do Estado na elaboração de políticas públicas, o que afeta os seus níveis de representatividade.

“Como vamos estar na esfera pública se na esfera privada estamos sobrecarregadas?”, questionou. “A presença de múltiplas mulheres nesses espaços é fundamental. Essa cultura de competição que temos hoje impede que as mulheres integrem redes alternativas. A ideia é romper esse ciclo a partir da formação dessas redes, valorizando a contribuição das mulheres que estão na base e a liderança das mulheres que estão em cima”, avaliou.

As tucanas também debateram sobre um dos diversos desafios impostos às mulheres que se aventuram na trajetória política, ocupando espaços em um território majoritariamente masculino: a violência política de gênero.

“A violência política é um debate que precisa ser aprofundado”, pontuou a vice-presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Thelma de Oliveira. “Fui prefeita de Chapada dos Guimarães (MT) e sofri um ataque muito forte, com violência política terrível, e agressões semelhantes às sofridas pela prefeita de Palmas (TO), Cinthia Ribeiro (PSDB). Acatamos todas as medidas sanitárias e de isolamento a respeito do Covid-19, e essa foi uma das razões principais pelas quais fomos atacadas”, relatou.

Prévias à vista

Já o Painel II debateu a importância democrática das prévias partidárias, com a presença do senador da República José Aníbal (PSDB-SP), coordenador-geral da Comissão das Prévias PSDB 2021, e do economista e consultor do ITV Marcus Pestana (MG), que também integrou o colegiado.

Para Aníbal, a realização das prévias para escolher o candidato do PSDB à presidência da República, marcadas para o dia 21 de novembro, foi uma decisão acertada.

“O avanço feito foi extraordinário. Procuramos dar voz e peso para a votação de todos os filiados do partido. Nunca houve tanto debate, tanta conversa, para recuperarmos o nosso protagonismo no cenário nacional”, opinou.

“Acho muito importante a participação de todos, e evidentemente, das mulheres. É possível construir uma proposta para unir o país dentro do PSDB. O partido está mostrando nessas prévias a sua vitalidade e sua presença nacional. Estamos construindo um PSDB plural, democrático, apto a responder à ansiedade que os brasileiros têm hoje para sair da crise que estamos vivendo”, disse o parlamentar.

Marcus Pestana acrescentou que as prévias partidárias também têm se mostrado um capítulo inovador e inédito na história política brasileira, cumprindo os objetivos traçados pela Executiva Nacional: construir um caminho para a unidade, por meio da radicalização da democracia interna; divulgar e tornar conhecidos nacionalmente os pré-candidatos do PSDB; e mobilizar as bases partidárias, que nunca foram convidadas a opinar nas decisões nacionais; além de começar a lapidar um programa de governo para o país.

“O PSDB está fazendo uma coisa transformadora, revolucionária, no sentido de contradizer essa decisão cartorial, monopolista e elitista de fazer decisões de cima para baixo”, constatou.

“É muito bom mostrar vitalidade, chamar as lideranças para decidir nada menos, nada mais do que o candidato à presidência da República do PSDB, uma figura central da via democrática, para que se consiga quebrar a polarização central entre Lula e Bolsonaro”, completou o tucano.