A luta pela igualdade de direitos tem sido permanente entre nós, mulheres. A implantação de políticas públicas para as mulheres por vezes não é efetiva por falta de recursos em muitos municípios do país.
Na contramão do que temos buscado, o Governo Federal, entre janeiro de 2019 e julho de 2021, segundo levantamento feito pela Revista AzMina, deixou de investir R$ 376, 4 milhões do R$ 1,1 bilhão disponível para 10 rubricas que têm as mulheres como público-alvo, em várias áreas.
A pergunta que não quer calar: para onde foram esses recursos que não chegaram às estruturas de acolhimento, apoio, proteção e acesso à Justiça para as vítimas de violência doméstica? Não chegaram para o atendimento à saúde da mulher. Passaram longe do incentivo ao emprego.
Em um ano em que o mundo enfrenta uma pandemia, no Brasil, além da crise sanitária, o que temos de fato é uma maior exposição das mulheres ao risco de contaminação e às vulnerabilidades sociais decorrentes da pandemia, como desemprego, violência, falta de acesso aos serviços de saúde e aumento da pobreza.
Os casos de feminicídio aumentaram 22%, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre os meses de março e abril. O desemprego aponta que cerca de 7 milhões de mulheres deixaram seus postos de trabalho no início da pandemia, 2 milhões a mais do que o número de homens na mesma situação. A violência contra a mulher no Brasil registrou aumento de 37,6% em relação ao ano anterior. Isso equivale a 37,5 mil denúncias apenas nos quatro primeiros meses da pandemia.
Somente os números deste ano já eram suficientes para o Governo Federal ter um olhar especial às políticas públicas para as mulheres. Imagine que antes disso tem toda uma luta que foi deixada na gaveta para ser esquecida e não mais fortalecida.
O que nós que ocupamos espaços políticos podemos e vamos fazer é continuar apoiando mulheres e defendendo os direitos humanos no Brasil, além de cobrar a aplicação das verbas destinadas à promoção e sustentação de estratégias de prevenção e resposta a violações dos direitos humanos e feminicídio.
Enquanto os impactos da pandemia continuam longe de acabar e as mulheres seguem sofrendo com o descaso do Governo Federal, a esperança de ajudar e retirar as mulheres da situação de vulnerabilidade é o que faz resistirmos.
*Larissa Rosado é vereadora pelo PSDB em Mossoró (RN)