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Projeto de Tereza Nelma garante dignidade menstrual para meninas e mulheres com menor poder aquisitivo

Foto: Alexssandro Loyola/PSDB na Câmara

A pobreza menstrual é um problema que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, e vai desde não ter acesso aos produtos higiênicos necessários até a falta de água ou saneamento básico. No Brasil, pesquisa da marca de absorventes Sempre Livre revelou que 22% das meninas de 12 a 14 anos de idade não têm acesso a produtos higiênicos adequados durante o período menstrual. Entre as adolescentes de 15 a 17 anos, a porcentagem sobe para 26%.

Mas um projeto de Lei protocolado pela deputada federal Tereza Nelma (PSDB-AL) visa mudar essa realidade.

O PL nº 2683/2021 garante dignidade menstrual para meninas e mulheres com menor poder aquisitivo por meio do acesso a absorventes higiênicos e coletores menstruais, que deverão beneficiar alunas da rede pública de ensino, mulheres encarceradas, em situação de rua ou de vulnerabilidade social, auxiliadas pelo programa Bolsa Família.

“Esse é um fenômeno afetado pela desigualdade social, pela falta de recursos de muitas meninas, adolescentes que não tem condições de manter cuidados que envolvem a sua própria menstruação. Precisamos falar sobre isso, sim”, destacou a parlamentar, em suas redes sociais.

“Se a gente não puder permitir que todas as meninas passem pelo período menstrual de forma adequada, estaremos violando a sua dignidade”, ponderou.

Menstruar custa caro

Na justificativa para a proposta, a deputada argumentou que uma das principais causas para os elevados índice de pobreza menstrual no Brasil é a questão financeira. Menstruar custa caro: segundo estimativas da ONG Girl UP, movimento em prol dos direitos da mulher, as brasileiras gastam entre R$ 3 mil e R$ 9 mil com absorventes ao longo da vida.

“O preço dos absorventes é absurdamente alto para grande parte da população, claro, as pessoas de menor poder aquisitivo. Assim, mulheres e meninas são compelidas a fazer uso de materiais inusitados como papel, miolo de pão ou tecidos, para tentar absorver o sangue menstrual. Eles não só não resolvem o problema, como podem trazer infecções e alergias locais. Evidentemente, não há como garantir a higiene dessas práticas”, alertou.

O objetivo da tucana é discutir estratégias para viabilizar o acesso adequado de meninas e mulheres aos produtos higiênicos necessários para garantir a sua dignidade.

“Vamos em frente, lutar por qualidade de vida, lutar pelo bem de todas as nossas meninas”, completou Tereza Nelma.