Os impactos da pandemia de Covid-19 atingiram de forma contundente a educação. Segundo especialistas, a escala de retrocessos é incalculável. A lista começa com o isolamento das crianças e dos adolescentes, e segue para o fechamento dos colégios e a falta de conectividade, afetando a aprendizagem de uma forma geral. O resultado é a evasão escolar.
Pesquisa DataFolha mostrou que, em 2020, houve registros de evasão escolar, déficit de aprendizado e aumento de trabalho infantil. Em janeiro deste ano, o instituto apontou que cerca de quatro milhões de estudantes abandonaram os estudos em consequência da pandemia. Os alunos mais vulneráveis foram os que tiveram maiores dificuldades para se adaptarem ao ensino remoto.
Diante do quadro imposto pela crise sanitária, os municípios tiveram que elaborar um novo formato de ensino. Em Palmas (TO), capital comandada pela prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), a gestão capacitou professores e lançou a plataforma Palmas Home School, ambiente de aprendizagem virtual. Para os alunos sem acesso à internet, foram oferecidas teleaulas, veiculadas em canal de TV aberta.
“A pandemia nos mostrou o verdadeiro sentido da palavra ressignificar, de enxergar novas possibilidades diante das adversidades. Foram dias desafiadores”, destacou a Secretária de Educação de Palmas, Cleizenir Divina.
“Nos reinventamos e estabelecemos o verdadeiro espírito de rede para alcançarmos os nossos alunos de uma forma igualitária, pois sabíamos que a grande maioria não tinha acesso à internet para acompanhar as aulas pela ferramenta Palmas Home School. A soma dos nossos esforços, e o apoio de uma gestão humana, que pensa nas pessoas e prioriza a educação, nos possibilitou ofertar teleaulas em canal de TV aberta, para que todos tivessem acesso, além de blocos de atividades impressas, para os pais retirarem na escola”, explicou.
Reconhecendo que a falta de aulas presenciais impacta no nível de aprendizagem dos alunos, a gestão também promoveu capacitações aos profissionais da Educação, para que fossem traçadas novas estratégias de ensino.
“Vimos profissionais comprometidos em aprender e explorar novas ferramentas, como Google Meet, grupos de WhatsApp, tudo para diminuir o impacto e a falta de um professor em sala de aula”, afirmou a Secretária.
Reabertura das escolas
O preparo da Secretaria Municipal de Educação tem gerado resultados e reconhecimento. Um estudo divulgado pela Rede de Pesquisa Solidária (RPS) concluiu que Palmas tem o melhor Plano de Reabertura das Escolas dentre as capitais brasileiras. O Índice de Segurança do Retorno às Aulas Presenciais (ISRAP) mede oito políticas de combate à proliferação da Covid-19: máscaras, ventilação, imunização e testagem, transporte, ensino remoto, distanciamento físico e higiene.
A capital tocantinense foi destaque, chegando a 74,2 em um máximo de 100 pontos. O índice foi 26,3 pontos superior à média das capitais brasileiras, que foi de 47,9 pontos, e 33,6 pontos maior do que o atingido pelo governo federal, que chegou a 33,6 pontos.
De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que foi foi divulgado na última terça-feira (15/07), pelo Ministério da Educação (MEC), Palmas se destacou, ficando na terceira posição com 6,6, tendo a sua frente Teresina com 7,4 pontos e Rio Branco com 6,7. Desta forma, a educação de Palmas manteve seus resultados em relação ao ano de 2017 e se consolida mais uma vez como uma das melhores dentre as Capitais.
O retorno das aulas presenciais em Palmas, em formato híbrido, está previsto para o segundo semestre.
“Replanejamos nossas aulas, implantaremos salas de aulas interativas, com transmissão pelo YouTube, fizemos adequações nas unidades educacionais, de acordo com as exigências dos órgãos de saúde. O cenário está mudando. Nossos professores já tomaram pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e isso nos dá mais segurança em voltar, ainda que escalonado. É um recomeço, que para nós significa um grande avanço”, completou Cleizenir Divina.