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Secretaria da Mulher divulga nota de repúdio a discurso do deputado Bibo Nunes

A procuradora da Mulher, deputada Iracema Portella (PP-PI), e a coordenadora da bancada feminina, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), divulgaram, nesta sexta-feira (4), em nome da Secretaria da Mulher, nota de repúdio ao discurso do deputado Bibo Nunes (PSL-RS) no Plenário virtual na última quinta-feira, considerado por elas uma violência política de gênero.

Na última quinta-feira (3/12), Nunes chamou as deputadas da oposição de “histéricas” e as acusou de “criticar tudo, promover o vitimismo e se posicionarem fora do decoro”. Ainda ontem, integrantes da bancada feminina anunciaram que vão entrar com representação contra o deputado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Na nota publicada nesta sexta, as deputadas afirmam que a agressão sofrida por elas expressa “não somente a discordância de suas opiniões políticas, mas também o desprezo contra as mulheres que exercem o poder político em igualdade com os homens.”

“A manifestação do deputado Bibo Nunes denota clara incitação à violência política de gênero e atenta contra a postura exigida a um parlamentar representante do povo. É um comportamento lamentável, gravoso e reprovável”, dizem no documento. E continuam: “Esse tipo de agressão mostra a face da violência que as mulheres sofrem ao ingressar na política. Não recuaremos de continuar defendendo a autonomia e a representação política das mulheres nos parlamentos.”

“Nós mulheres, apesar de sermos a maioria do eleitorado, somos apenas 15% da Câmara. E ainda assim, mesmo com tanto trabalho e tanta luta, temos que ouvir deputado chamar deputadas de histéricas no plenário. É o retrato do quanto o machismo ainda é presente e agressivo”, afirmou a deputada federal Shéridan (RO) em suas redes.

“Sei muito bem o quanto pesa a forma cruel como mulheres são tratadas na política. O que importa não são nossas propostas ou realizações. Quando não conseguem debater, inventam fake news, ameaçam. Quando não têm propostas, usam nossa vida privada como jamais usariam a de um homem. Eu como mulher não paro e nem me calo. Não cedo à pressão de quem acha, por exemplo, que manda em meu Estado. Aprendi cedo a combater o machismo o preconceito com competência e trabalho. Meu maior poder é a minha capacidade e isso ninguém tira!”.

Com informações da Agência Câmara de Notícias