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Tucanos repudiam ato a favor de intervenção militar com a participação de Bolsonaro

A deputada federal Shéridan (RR) repudiou, neste domingo (20), os protestos que pedem intervenção militar, fechamento do Congresso e do Supremo e deposição dos governadores.

“Nosso país precisa se unir para repudiar qualquer sussurro autoritário, antes que os gritos calem a voz da nossa democracia. Não é sobre ser de direita, de esquerda ou de centro, é sobre ser democrata ou não. A constituição não tem lado político, é soberana”, reivindicou.

O presidente Jair Bolsonaro foi ao ato, em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, e em cima da caçamba de uma caminhonete disse que a “velha política” acabou e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.

“O Brasil se aproxima dos 40 mil casos de Coronavírus. Já passamos das duas mil mortes e a situação tende a se agravar em todo o País. Não entendo porque o Presidente insiste na agenda política, hoje chegou a discursar em manifestação que pede AI-5, ele não para! Inacreditável!”, criticou a deputada tucana.

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, também se pronunciou e disse que a ação de Bolsonaro coloca em risco a democracia.

“O presidente eleito jurou obedecer à Constituição brasileira. Ao apoiar abertamente movimento golpista, coloca em risco a democracia e desmoraliza o cargo que ocupa. O povo e as instituições brasileiras não aceitarão”, disse.

O presidente de honra do PSDB e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, afirmou em uma rede social que o momento pede união contra qualquer ameaça a democracia.

“Lamentável que o Pr adira a manifestações antidemocráticas. É hora de união ao redor da Constituição contra toda ameaça à democracia. Ideal que deve unir civis e militares; ricos e pobres. Juntos pela liberdade e pelo Brasil”.

O governador de São Paulo, João Doria, também usou uma rede social para repudiar a ação.

“Lamentável que o presidente da república apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5. Repudio também os ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal. O Brasil precisa vencer a pandemia e deve preservar sua democracia”.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que, diante da crise sanitária decorrente do coronavírus, a “energia precisa está focada” em enfrentar a doença e os efeitos colaterais que as medidas de isolamento impõem. E criticou a participação de Bolsonaro no ato contra a democracia.

“Não adianta colocar a democracia no discurso, se não for uma prática”, disse.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio, disse em nota que “é imprudente, para dizer o mínimo, que um presidente eleito e que jurou defender a Constituição participe de manifestação em que se pede a volta do AI-5, a intervenção militar e o fechamento do Congresso”. E completou: “No momento em que o país enfrenta a mais séria crise de saúde dos últimos tempos é muito ruim essa tentativa de se fabricar histórias para afrontar instituições e tumultuar o ambiente político. Chefes de Estado, diante de uma pandemia como essa, devem estar envolvidos no trabalho de combate à doença, de atendimento aos pacientes e de proteção as suas economias. É o que esperamos do nosso presidente”.