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Cargos de chefia para mulheres dependem da iniciativa privada

Apesar de representarem mais da metade dos trabalhadores brasileiros (51,7%), as mulheres ainda são minoria no topo da hierarquia dos setores público e privado. Somente 37,8% dos cargos gerenciais existentes no País são ocupados por mulheres, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde o início dos anos 2000, países com sociedades historicamente mais horizontais vêm firmando leis para garantir a equidade de gêneros em cargos de liderança.

A Noruega foi pioneira, ao aprovar em 2003 a lei que determina que ao menos 40% dos membros do conselho de administração das empresas sejam mulheres.

França, Espanha, Holanda, Bélgica, Estados Unidos e Itália vieram na sequência, incluindo também a paridade salarial entre as regras do jogo.

Fotos: Abr

Verde e Amarelo

No Brasil, onde não há políticas públicas que regulamentem a questão, pesquisa mostrou que, dentre 532 empresas entrevistadas, não houve evolução no número de CEOs mulheres em relação a 2018.

De acordo com o estudo Panorama Mulher 2019, realizado pela consultoria de recrutamento Talenses em parceria com o Insper, elas eram 13% nesse cargo nas empresas, enquanto em 2018 chegavam a 15%.

Para outros níveis hierárquicos, os resultados são um pouco melhores: as mulheres ocupam 26% posições de diretoria (em 2018, eram 14%) e 23% seguem em cargos de vice-presidência (em 2018, eram 20%), dentre as empresas pesquisadas.

Salários

Em relação ao salário, as mulheres em grupos de diretores e gerentes ganham o equivalente a 71,3% do recebido pelos homens, segundo dados do IBGE. Entre os profissionais das ciências e intelectuais, a proporção cai para 64,8%, mesmo com uma participação feminina majoritária entre as cadeiras (63%).

O desafio para mudar esse cenário ainda está nos séculos de uma educação dedicada fundamentalmente aos homens.

Iniciativas de empresas

Com uma agenda de mais de 10 anos em prol da equidade, a Unilever Brasil tem hoje um quadro de mulheres que já ultrapassa os 50%. Reforço nos processos seletivos, área de recrutamento independente e formalizada e programas de desenvolvimento e mentoria específicos para as mulheres são algumas das iniciativas da empresa para garantir um acesso mais equilibrado.

Na rede Blue Tree, as mulheres estão presentes em 109 dos 195 postos de liderança.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.