Opinião

“O ‘não’ que mata”, por Luciana Loureiro

Foto: Arquivo Pessoal

Muitos não entendem e não aceitam a palavra ‘não’ a tal ponto de se sentirem no direito de humilhar e agredir a mulher. Alguns chegam a matar.

O feminicídio deixa marcas para sempre. Só entre fevereiro de 2018 e o mesmo mês deste ano, 22 milhões de mulheres denunciaram algum tipo de assédio e violência.

Fez uma semana que uma jovem, mãe, esposa, amiga, advogada, uma cidadão brasileira perdeu a sua vida porque disse ‘não’ a um homem que ela não conhecia e que queria possuí-la. Letícia Sousa, de 26 anos, morreu a caminho do trabalho.

O cozinheiro Marinesio dos Santos Olinto está preso pelo crime. É suspeito de ter matado uma outra mulher e estuprado um total de dez mulheres, inclusive uma adolescente.

No Distrito Federal, apenas no primeiro semestre deste ano houve 7.820 denúncias de violência doméstica.

Há casos de mulheres que perderam sua vida porque disseram ‘não’ para seus pais, maridos, namorados, companheiros, filhos…

Homens que não sabem ouvir uma negativa e reagem da pior maneira possível.

O que faz um homem se considerar no direito de  tirar a vida de alguém porque ela disse ‘não’? Há necessidade urgente que eles aprendam a respeitar o ‘não’. Não é ‘não’!

*Luciana Loureiro, advogada, coordenadora Jurídica do PSDB-Mulher do DF, membro fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral (ABRADEP) e mãe do Bento.