Opinião

“31 anos de história para iluminar o novo”, por Tereza Nelma

Em 31 anos, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) fez um trajeto de influência positiva na construção da Constituição de 1988, numa perspectiva da social democracia europeia; tornou-se um grande partido; até defrontar-se com a crise política atual.

Conseguiu reunir respeitadas lideranças exiladas, opositores cassados ou não, com forças avançadas no país, todos combatentes contra a ditadura militar. Soube fazer alianças progressistas, com sensível olhar social. Depois, neutralizou os restos políticos da ditadura, governou o país e os estados mais importantes. E soube incorporar novas agendas nacionais à política, como, por exemplo, o trabalho da professora Ruth Cardoso e da ex-ministra Solange Jurema.

Um dos marcos da nova política foi na economia, através do Plano Real, que enterrou a hiperinflação, que inviabilizava qualquer projeto de desenvolvimento inclusivo. E manteve sua autonomia em relação a oligarquias atrasadas, como no Governo do líder democrata Mário Covas.

Nas últimas eleições nosso PSDB amargou uma imensa derrota, avaliando mal seu posicionamento no complexo mapa político do Brasil. Afastou-se dos sonhos de grande parte da população, principalmente das minorias, sem perceber que à direita havia uma imensa radicalização negativa, ressentida e ameaçadora. Porém, pode reagrupar forças democráticas, e estar ao lado dos excluídos – como os que sofrem o racismo, a homofobia, as mulheres violentadas, os preconceitos contra as pessoas com deficiência. Na orfandade geral de propostas, pode ainda construir um novo projeto de criação de empregos, desenvolvimento, e pela paz social. Suas novas lideranças têm condições de recolher o melhor que produziu nessas três décadas e chamar a militância para fortalecer uma democracia participativa, progressista.

Será sonho, utopia? Sim, porque são as esperanças e as novas propostas de humanização, que movimentam as forças políticas que buscam boas construções na política, na economia, na assistência social, no esporte e na cultura. Os problemas sociais não se resolvem à bala, nem com implantação de estado policial, ou violência solta nas ruas, mas com inteligência. Para isso o PSDB precisa apropriar-se do que é mais avançado no mundo, pelo menos nos principais setores da vida, para reconstruir um projeto de Estado de bem estar social.

O PSDB, para voltar ao protagonismo nacional, tem que retomar suas bandeiras de justiça social, superação da pobreza, emprego para todos, e salvação da juventude, principalmente aquela expulsa das escolas, e é caçada e morta nas periferias. Com diálogo firme e muito trabalho, além de renovação de práticas no movimento social, podemos ampliar e reincorporar a base popular, presente na história do partido desde sua fundação.

Como deputada federal eleita pelo PSDB de Alagoas, desejo que essa importante história do nosso partido ilumine, oriente e inspire todos nós: parlamentares, dirigentes, mandatários, filiados e principalmente a aguerrida militância.

*Tereza Nelma é deputada federal eleita pelo PSDB de Alagoas.