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Drª Cristina defende manutenção da educação sexual nas escolas

A educação sexual nas escolas é um tema que gera muita polêmica e é mira de diversas declarações contrárias do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). “Quem ensina sexo para a criança é o papai e a mamãe. Escola é lugar de aprender física, matemática, química. Fazer com que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão e um bom liberal”, já afirmou ele. As discussões sobre o tema se dão em um cenário de constância de gravidez precoce e aumento de AIDS em meninos de 15 a 19 anos, além da violência sexual que na maioria dos casos acontece dentro de casa.

A vereadora e coordenadora do PSDB-Mulher da Região Centro-Oeste, Drª. Cristina Lopes (GO) afirmou que o Brasil é um país que lida de maneira muito hipócrita com temas que são importantes e vitais. “A educação sexual é importante para educar a criança, o alerta em relação a concepção, a evitar a gravidez, os métodos anticoncepcionais.

“Hoje ninguém mais pode se esconder de uma realidade que está na mão de todo mundo que são as redes sociais, toda criança, todo adolescente tem acesso a esse volume de informação muitas vezes desencontrada, incompleta ou que é transmitida de maneira errada. Então o processo de educação é fundamental para criar na criança uma capacidade de discernimento e aí sim ela estar preparada para uma vida sexual futura com segurança,” completa.

Em tramitação na Câmara dos Deputados, a versão mais recente do projeto ‘Escola sem Partido’, restringe a inclusão do tema nas escolas. Essa proposta vai contra o relatório mais recente da Unesco que revisou estudos feitos pela Universidade de Oxford no mundo todo. A análise concluiu que ao incluir no currículo escolar temas físicos, sociais, cognitivos e emocionais da educação em sexualidade resulta no adiamento da vida sexual, aumento do uso de métodos contraceptivos e redução do número de parceiros.

O Jornal Folha de S.Paulo consultou escolas brasileiras em que o tema é abordado. Na maioria dos casos ele é exposto em diferentes formatos, mas em regra, são relacionados ao corpo e suas transformações. Mais adiante relacionamentos, orientação sexual, métodos contraceptivos e consentimentos são tratados.

“Dizer que educação sexual é ensinar a criança a fazer sexo é uma grande bobagem. É a interferência direta da religião no processo de educação. O importante é preparar as pessoas para exercer a sua vida em plenitude. As redes sociais vão educar sua criança se você não educá-la ou se a escola não educá-la. A rede social oferece muito mais perigo para essa criança, do que um processo de educação concreto e com pessoas capacitadas” ressalta Cristina.

Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão