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20 de novembro: dia de relembrar as grandes desigualdades que existem pela cor da pele

Nesta terça-feira (20) foi celebrado o Dia da Consciência Negra. A data foi escolhida em homenagem ao Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares que dedicou a vida a luta contra a escravatura no período do Brasil Colonial, reconhece os negros na construção da sociedade brasileira, lembra o racismo, discriminação existentes e fortalece a luta por igualdade de direitos, inclusão e reconhecimento cultural.

“O dia é importante para lembrarmos o simples fato de termos esse dia no calendário é sinal de muito para avançar. Mais respeito e amor entre os homens, ” publicou a deputada federal por Roraima, Shéridan, em suas redes sociais.

Os negros são maioria da população 55,9%, no entanto é minoria em vários setores, como na política. Nas eleições deste ano, por exemplo, somente 65 candidatos negros foram eleitos, compondo apenas 4% dos senadores, deputados e governadores que irão comandar o país no próximo ano. 46,2% do total dos candidatos das eleições deste ano eram negros, contra 52,7% de autodeclarados brancos.

A deputada eleita pelo Mato Grosso do Sul, Rose Modesto, falou nas suas redes sociais sobre a importância da data e do seu trabalho pela igualdade racial. “Quando vereadora, atuei por essa causa com a instituição da Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial, para os vereadores se unirem no combate à discriminação e ao preconceito racial. Que esta data sirva para agradecermos pelo papel de cada um e atuarmos pela inserção de todos para que possamos juntos construir uma sociedade melhor.”

Os autodeclarados pretos ou pardos são os que mais empreenderam no Brasil nos últimos anos, segundo a pesquisa desenvolvida pelo Sebrae em 2015 “Os Donos de Negócios no Brasil: Análise por Raça/Cor (2003/2013) revelou que quase 12 milhões de donos de negócios no país são negros. Do número total de empreendedores, 31% são mulheres, contra 69% de homens.”

Quando se pensa na mulher negra, que representa a maior parte da população brasileira, 27%, os números preocupam. O analfabetismo entre as negras é o dobro se comparado com as brancas e elas também compõem a maior taxa de desemprego. Os dados são do IBGE, que também mostram que o salário de uma mulher negra é 60% inferior ao de um homem branco. Mulheres brancas tem 2,3 vezes mais diplomas de ensino superior do que as negras e o trabalho de baixa formalidade é em sua maior parte formado por negras, 57,6% das empregadas domésticas no Brasil são negras.

A vereadora e coordenadora do PSDB-Mulher da Região Centro-Oeste, Cristina Lopes, falou da importância de refletir sobre dados como estes. “Raça, cor, sexo, nacionalidade, altura, nada disso tem importância quando temos consciência, por isso eu te convido a refletir porque os jovens negros são a maioria da população carcerária no Brasil, por que as crianças negras são a maioria das crianças fora da escola, por que as mulheres negras são a maioria das mulheres violentadas e assassinadas no nosso país. Se essa estatística ainda pesa é porque a consciência ainda está longe do seu ideal, a consciência ainda significa muito para nossas vidas e esse é o momento de refletir e principalmente mudar a nossa atitude, ” observou.

Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão