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Manaus é a primeira cidade a criar abrigo exclusivo para refugiados venezuelanos LGBTI+

Mais um abrigo para refugiados venezuelanos foi aberto na Região Norte. A diferença é que dessa vez é um abrigo exclusivo para refugiados LGBTI+. Manaus é a primeira cidade do país a criar a casa de acolhimento exclusiva a esse grupo. A capital amazônica é a principal rota de parte dos mais de 80 mil venezuelanos que entraram no Brasil buscando refúgio ou residência.

O abrigo nomeado de “Casa Miga” é coordenado pela ONG Manifesta LGBTI+ com o apoio do Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) e parceiros. A ideia é ajudar essas pessoas a vencer, além da xenofobia, os preconceitos enfrentados dentro de outros abrigos.

“Aqui temos mais liberdade para sermos quem somos. Na Venezuela não podíamos demonstrar amor. Até nos abrigos sofremos preconceito de outros venezuelanos”, contou a barbeira Yelitza Ricardo, 34.

A casa é mantida por doações e todos dividem as tarefas domésticas e ajudam em parte das despesas da casa. Os três primeiros casais de lésbicas foram recebidos em setembro. O Acnur não tem estimativa sobre os casos de violência e sobre a população LGBTI+ no Brasil. Os relatos foram o suficiente para mover os responsáveis pela acolhida.

“Existem muitos relatos de preconceito fora e dentro dos abrigos, e o fato de ser venezuelano reforça isso. Não temos números, mas para ter uma ideia, em um voo de interiorização com 180 pessoas, cinco delas eram LGBTI+. Existe a demanda e a necessidade”, disse o chefe do escritório do Acnur em Manaus, Sebastian Roa.

*Com informações do Jornal Folha de S.Paulo