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Alto Comissariado da ONU condena atos de violência nas eleições brasileiras

Agressões praticadas no Brasil durante as eleições deste ano foram condenadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Em nota, Ravina Shamdasani, porta-voz do escritório fez um apelo aos líderes políticos brasileiros para que se mobilizassem para barrar essa onda de violência.

“Nós condenamos quaisquer atos de violência e pedimos uma investigação imediata, imparcial e efetiva desses acontecimentos. O discurso violento e inflamado presente nessas eleições, sobretudo contra LGBTI, mulheres, afrodescendentes e aqueles com diferentes visões políticas, é profundamente preocupante, particularmente em razão dos relatos de violência cometida contra esses indivíduos”, salientou Ravina Shamdasani.

Representantes da sociedade civil têm promovido diversas ações espontaneamente e mapeado incidentes observados no Brasil inteiro. O Google Maps gerou um mapa chamado ‘Violência política no Brasil’, que registra pelo menos 53 episódios de agressões citados pela mídia.

Além dos episódios divulgados pela imprensa, esse mapa tem reunido também relatos de vitimas dessa onda de violência. Embora a maioria faça parte de minorias sociais, há também relatos de pessoas fora desse perfil, como o de um homem de 38 anos, branco e heterossexual, que afirmou ter sofrido ameaças por seu posicionamento político.

“Um caminhão me fechou na estrada, colou na traseira do meu carro buzinando e me prensou contra um outro caminhão. Eu estava usando um adesivo perfurado de um candidato do PT a deputado. Ele não colocou apenas a minha vida em risco, mas também a do outro caminhoneiro”, relatou a vítima da agressão.

Outro homem, também branco e heterossexual, de 35 anos, do Rio de Janeiro teria sido hostilizado por causa dos dizeres estampados em sua roupa. “Algumas pessoas vestidas de vermelho rasgaram minha camisa amarela que estava escrito ‘Deus acima de tudo’”, conta.

*Com informações do site IstoÉ