Opinião

“Além da fidelidade partidária”, por Luciana Loureiro

Às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, muita gente está arrumando desculpa para justificar seu voto. Alguns envergonhados, outros escancarados. Sem se importar com fidelidade partidária, nem mesmo com princípios éticos e morais. Pior, sem pensar direito no ‘day after’.

Mas o dia seguinte será inevitável. Assim como as consequências de seu voto.

Sinceramente, não dá para entender eleitor que se diz cristão, mas acha normal votar em candidato que acha que violência se combate com mais violência, que desrespeita mulheres e todo tipo de minoria.

Para justificar o injustificável, há quem diga que está apenas tentando evitar o pior, que seria a volta do PT ao poder. É fato que eles quebraram o país e colocaram em prática o maior esquema de corrupção já visto no país.

Da mesma forma que tem gente antecipando que pode votar a favor de uma quadrilha ao poder para evitar o fascismo que se desenha por trás do líder nas pesquisas.

Quase todos falam em mudança, mas suas atitudes podem contribuir justamente para manter o caos enfrentado hoje pelos brasileiros. Pois uma mudança de fato nos rumos de uma Nação exige preparo, estratégia, qualificação e, acima de tudo, ética.

Para quem milita na política desde a juventude, como eu, é triste se surpreender com antigos companheiros de luta tomando esse tipo de atitude, em vez de lutar pelo que se acredita.

O medo e as incertezas em relação ao futuro não podem nos tirar do rumo certo. Não podemos abrir mão de nossas convicções. Nós temos, sim, uma alternativa viável e segura. Geraldo Alckmin, ex-governador do maior estado do país por quatro vezes, representa esse caminho.

A esperança precisa vencer o medo e nos tirar dessa polarização entre os extremos, seja de direita ou esquerda. Não podemos abrir mão de nossos princípios.

Tenho convicção de que vamos conseguir superar esse momento e levar Geraldo Alckmin para o segundo turno. E os afoitos, certamente, se arrependerão.

Mas para que certos erros não se repitam, defendo que o PSDB promova uma reflexão interna e a social democracia se renove, exigindo fidelidade não só partidária, mas aos princípios que levaram à criação dessa legenda.