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A Realidade das mães solteiras no Brasil

Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS

O site HuffPost Brasil listou sete realidades vividas por mulheres que criam seus filhos sozinhas no Brasil. Mulheres que trabalham fora, dedicam mais tempo aos trabalhos domésticos que homens desempregados e cada vez mais elas chefiam os lares brasileiros. 5,5 milhões de crianças não tem o nome do pai na certidão de nascimento. Essa realidade familiar representa a maioria dos lares brasileiros.

Ignorando fatores importantes, como os problemas que começam na educação e vão até a legislação brasileira, o general da reserva, Antônio Hamilton Martins Mourão, vice do candidato Jair Bolsonaro, atribui os problemas sociais e a criminalidade brasileira a famílias sem “pai e avô”.

“Família sempre foi o núcleo central. A partir do momento que a família é dissociada, surgem os problemas sociais que estamos vivendo e atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai nem avô, é mãe e avó. E por isso torna-se realmente uma fábrica de elementos desajustados e que tendem a ingressar em narco-quadrilhas que afetam nosso país”, disse Mourão na segunda-feira (17) em evento em São Paulo.

O deputado Capitão Augusto (PR-SP), aliado do candidato, aconselhou que Mourão esclarecesse publicamente a declaração. “Eu mesmo sou órfão. Meu pai faleceu e meu avô quando eu tinha 6 anos. Quer dizer que sou desestruturado? Em hipótese alguma”, afirmou em entrevista ao HuffPost Brasil.

Abaixo uma síntese dos dados compilados pelo HuffPost Brasil, sobre a realidade das mães brasileiras:

  1. Lares brasileiros são cada vez mais chefiados por mulheres

Pesquisa de 2017 do Ipea, apontou que os lares brasileiros chefiados por mulheres passaram de 23% para 40% entre 1995 e 2015. Pela renda da mulher ser inferior a dos homens, a ausência masculina eleva o risco de vulnerabilidade social, de acordo com o estudo.

  1. Brasil ganhou mais de 1 milhão famílias de mães solo

O número de mães solteiras passou de 10,5 milhões para 11,6 milhões entre 2005 e 2015, de acordo com IBGE. Em 2015, somente 3,6% dos núcleos familiares eram formados por pais solteiros.

  1. Mulheres empregadas fazem mais trabalho doméstico que homens desempregados

Homens desempregados dedicam 12 horas semanais a atividades domésticas, enquanto mulheres empregadas trabalham 18,1 horas também em casa.

  1. 84% das crianças são cuidadas principalmente pela mãe

De acordo com Suplemento Aspectos dos cuidados das crianças com menos de 4 anos da Pnad 2015, em 2015, 83,6% das 10,3 milhões de crianças com essa faixa etária, tem como principal responsável uma mulher.

  1. Mulheres cuidam mais dos filhos do que homens

32,4% das mulheres brasileiras de mais de 14 anos, cuida de alguém da sua casa, sejam filhos, doentes, idosos ou deficientes. Entre os homens o percentual é de 21%.

  1. Pobreza é maior em famílias de mãe solo

57% das famílias formadas por mulheres com filhos e sem companheiro estão na linha da pobreza, avaliada pelo valor de US$ 5,5 por dia. Em famílias de casal com filhos, o percentual é de 30%, 12% em casais que não tem filhos e 9% em casos que só há uma pessoa.

  1. 5,5 milhões de brasileiros não tem nome do pai no registro

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base no Senso Escolar de 2011, 5,5 milhões de crianças não tem o nome do pai no registro de nascimento no Brasil.

*Com informações do HuffPost.