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Estudo da Unicef aponta que 61% das crianças e adolescentes do Brasil vivem na pobreza

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou nesta terça-feira (14) em Brasília o estudo Pobreza na Infância e na Adolescência, que identificou que 61% das crianças e adolescentes do Brasil vivem na pobreza. Dessa vez, não só a renda individual ou familiar foi levada em consideração. Para concluir a pesquisa, o Unicef levou em conta, além da pobreza financeira, a falta de acesso às necessidades básicas.

Nas análises tradicionais, outros fatores como a falta de acesso à educação, água, saneamento, informação, moradia, e proteção contra o trabalho infantil não eram levados em conta. De acordo com o órgão da ONU, o não acesso a esses direitos é algo determinante da pobreza, independente da pobreza monetária.

De acordo com o Unicef, mais 14 milhões não tem acesso integral a todas as necessidades básicas.

Representante da Unicef no Brasil, Florence Bauer, considera que esse método indica melhor quais os problemas que o Brasil ainda precisa superar. “Incluir a privação de direitos como uma das faces da pobreza não é comum nas análises tradicionais sobre o tema, mas é essencial para dar destaque a problemas graves que afetam meninas e meninos e colocam em risco seu bem-estar”, afirma.

O principal problema é a falta de saneamento básico que atinge 13,3 milhões de crianças, a educação vem em segundo com 8,8 milhões, seguidos de água (7,6 milhões), informação (6,8 milhões), moradia (5,9 milhões) e proteção contra o trabalho infantil (2,5 milhões). Os habitantes das zonas rurais, negros e moradores das regiões Norte e Nordeste são os grupos mais vulneráveis.

“Compreender cada uma dessas dimensões é essencial para desenhar políticas públicas capazes de reverter a pobreza na infância e na adolescência”, define um fragmento do estudo, gerido por Jorge Paz e Carla Arévalo, especialistas em economia e demografia do Instituto de Estudos do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico (Ielde, na sigla em espanhol), com sede na Argentina.

*Com informações do Correio Braziliense