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Há duas décadas, a Câmara dos Deputados não tem uma representante feminina de Sergipe

Apenas 10,5% das vagas da Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres e Sergipe destaca-se como o estado com menos representantes femininas no Legislativo. Há duas décadas, não elege uma mulher como deputada federal. Para a presidente do PSDB Mulher em Sergipe e candidata a deputada federal, Suely Ouro, nada tem sido feito para mudar esse cenário. “O estado não tem feito nada para que isso mude, eu estou sentindo na pele. O homem não quer que a mulher se posicione na política na mesma linha que ele. Eles querem a mulher na cozinha, mas não querem na política, ” afirma.

Dos 24 vereadores de Aracaju, somente duas são mulheres. Na Assembleia Legislativa, apenas três dos 24 deputados estaduais são mulheres. Suely ressalta as dificuldades que a mulheres ainda sofrem assumir um papel de destaque na política. Na sua opinião, isso ainda é um reflexo do coronelismo existente na mente dos homens. “Quando a gente fala da mulher na política e da falta da mulher na política não é pelo poder, é para mostrar que a mulher tem muito mais preocupações com o ser humano do que com as coisas. Em um mundo perdido sem alma, quem tem sentimentos tem tesouros, o mais importante é olhar as pessoas”, observa.

No PSDB de Sergipe, Suely é a única candidata a deputada federal. Isso, na sua visão, demonstra a resistência que as mulheres ainda têm em disputar um cargo político. “As mulheres têm medo de se candidatar porque sabem das dificuldades, como deixar suas casas, usar o próprio dinheiro, como eu estou fazendo, abandonar os filhos e ser trapaceada. Mas a gente tem que gritar e dizer que, mesmo assim, eu não vou desistir nunca. A motivação começa dentro de mim e eu estou em paz porque estou fazendo a minha parte mesmo com todas as dificuldades, com todos os percalços”, acrescenta.

Suely ressalta o seu papel como representante feminina na política. “Eu sou a pessoa mais feliz do mundo, tenho uma família linda, sou mãe, cristã, empresária, estilista, atuante, palestrante, mas também quero estar na política, vou representar os homens mesmo eles não querendo ser representados por mulheres e vou representar as famílias, a dor, os sentimentos e representar o ser humano em detrimento das coisas”, conclui.