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Tucana é contra diferenciação de preços apenas por questões de gênero

Levantamento feito pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) revelou que produtos direcionados ao público feminino são 12% mais caros que os fabricados para o masculino. Essa diferenciação de preço, mesmo quando os produtos são idênticos e com finalidades iguais, começa a ser criticada pelos consumidores que estão dando preferência aos produtos “unissex”. A chamada “taxa rosa” corresponde ao valor que a mulher paga a mais por um produto só pelo fato dele ser destinado a ela.

A pré-candidata a deputada estadual pelo Acre, Rose Pimentel, é a favor de regras que mudem essa discrepância e afirma que não faz sentido pagar valores diferentes por produtos que servem para o mesmo fim.

“Em pleno século XXI não faz sentido você pagar quase o dobro do preço só porque a embalagem é cor-de-rosa. Essa diferenciação começa desde de bebê. Roupas, sapatos e até fraldas para meninas são mais caras do que para meninos. É preciso mudar isto”, disse.

De acordo com a pesquisa, o custo na 1ª infância é cerca de 23% mais caro para o sexo feminino, realidade que dura até a vida adulta, quando as mulheres não apenas pagam mais por alguns produtos, como também ganham menos que os homens. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens.

Foram verificadas variações de preço em inúmeros setores, entre eles vestuário, higiene pessoal, serviços, alimentação e brinquedos. Em todos os segmentos foi constatado a diferença de preços.

“As mulheres não podem mais aceitar isto. É injusto. Precisamos nos mobilizar e estudar a possibilidade de criar leis que proíbam este tipo de diferenciação. Chega de sermos exploradas”, protestou.

Na avaliação da tucana, é necessário que as pessoas se questionem até que ponto vale a pena consumir um produto apenas por ele ser destinado a certo gênero, sendo que ele não atinge nenhuma outra finalidade.

“A partir da conscientização de consumidores e empresas é possível mudar essa cultura sexista”, disse.

Código do consumidor

Segundo o advogado especialista em direito do consumidor Vinícius Fonseca, o Código de Defesa Consumidor do Brasil não traz nenhuma punição para as empresas privadas que diferenciam seus preços de acordo com o gênero.

Para ele, a marca tem liberdade de variar o preço de acordo com o que lhe for pertinente. “Não existe nada na lei que comprove que a prática seja abusiva. Se o empresário quiser cobrar mais por um produto ele tem o direito”, afirma.

*Com informações do Poder 360