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Gilda Mara aposta na fiscalização para combater as “candidaturas laranjas”

Para a representante do PSDB-Mulher de Santa Catarina, Gilda Mara, as mudanças da legislação eleitoral em favor de candidaturas femininas deverão alavancar a participação das mulheres nas Eleições 2018. Mas a tucana faz um alerta para o risco de surgimento de novas modalidades de “candidaturas laranja”, aquelas que surgem apenas para preencher a cota de 30% reservadas para as mulheres e agora com direito ao financiamento com recursos do Fundo Eleitoral.

“Com esse novo cenário é preciso que nós fiquemos atentas. É tudo muito novo ainda o que pode gerar duplo entendimentos ou mal-entendidos. Acredito que a fiscalização deverá ser forte tanto por parte da Justiça quanto por parte dos partidos político”, defendeu.

A tucana citou a falta de recursos como um dos principais motivos para a falta de candidatas nas eleições anteriores. “Antes nós não tínhamos nenhum instrumento na mão para conversar com as candidatas e motivá-las a participar das eleições. Não tínhamos dinheiro nenhum para campanha”, lembrou.

Durante reunião da Executiva Nacional do PSDB nesta quarta-feira (26), ficou determinado que a sigla vai destinar 30% dos recursos do chamado Fundo Eleitoral para candidaturas femininas. Em resolução aprovada por unanimidade, o PSDB foi como o primeiro partido brasileiro a cumprir a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Secretariados estaduais 

Na opinião de Gilda Mara, as presidentes estaduais do PSDB-Mulher podem trabalhar em conjunto para lançar apenas as tucanas com interesse real em participar do pleito. “Acho que podíamos,  a partir dessa garantia de 30% do repasse de recursos, escolher apenas as que realmente tem vontade de representar o povo. As que realmente querem seguir uma vida política. Antigamente as mulheres que conseguiam disputar eram sempre apoiadas por um homem. Isso mudou”, pontuou a tucana.

Nas eleições municipais de 2016, 14.417 das 158.453 25 mulheres que disputaram um cargo público não obtiveram nenhum voto, cerca de 9% do total, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O TSE deve julgar nesta semana casos de “candidaturas femininas fictícias”. Para o Ministério Público Eleitoral, esse tipo de candidaturas relegam às mulheres “papel figurativo na disputa político-eleitoral” e refletem a “estrutura patriarcal que ainda rege as relações de gênero na sociedade brasileira”.