A coordenadora-geral do PSDB-Mulher do Centro-Oeste, a vereadora Dra. Cristina Lopes (PSDB-GO), usa o próprio exemplo, de ter o corpo 85% queimado pelo ex-noivo, numa violência explícita, para incentivar as mulheres para que participem dos debates políticos. A tucana ressaltou que as mulheres devem ter voz e não mais deixar que apenas os homens falem por todas.
“Há uma resistência grande no início. Eu participo contando minha própria história para que isso não se repita”, disse a vereadora.
Em seguida, a tucana acrescentou que: “Muitos homens choraram quando eu compartilhava a minha história. Ficou claro que a educação machista atinge muito a sociedade, desde pequeno o homem não pode ser sensível, emocionar-se, ter sentimento, isso endurece muito o homem e traz conseqüências”.
Dra. Cristina Lopes afirmou que ouve relatos de histórias semelhantes a sua sobre violências e casos constantes. “Muitos repetem o comportamento que viram em casa com seus pais”, disse ela, informando sobre as palestras que faz. “Eu fico muito satisfeita com o resultado dos cursos em que 69 homens finalizaram o curso sem reincidências. No fim, eles se comovem e racionalizam aquilo.”
A vereadora disse que muitos contam que a violência faz parte do cotidiano. “Nós constituímos famílias em que as agressões não são problemas, mas a fragilidade é. Muitas vezes o amor, paixão e sensibilidade são condenados e a agressão não tanto física, mas psicológica”, afirmou ela.