A presidente nacional do PSDB-Mulher, deputada Yeda Crusius (PSDB-RS), lamentou o possível lançamento do livro “A discriminação do gênero-homem no Brasil face à lei Maria da Penha”, de autoria do juiz criminalista Gilvan Macêdo dos Santos, que faz críticas à medida que tanto protege as mulheres do país.
“Apesar (…) mundo real ao qual se aplica a Lei Maria da Penha é reduzir a violência e condição indigna das mulheres agredidas a ‘uma discriminação do gênero-homem’. Inaceitável”, reagiu a tucana, indignada.
Graças à ação de um grupo de mulheres e movimentos femininos que reagiram, em Pernambuco, o lançamento do livro foi cancelado.
Em nota, as mulheres ressaltaram que Pernambuco registra o aumento da violência contra a mulher em 2017, tanto em caso de estupro, quanto em caso de feminicídio.
As mulheres destacaram ainda que o esvaziamento da Lei Maria da Penha – um dos mais importantes avanços no combate à violência doméstica e familiar sofrida pelas mulheres – é “ter em suas mãos o sangue de Josefa Severina da Silva Filha, Daiane Reis Mota e tantas outras mulheres assassinadas por seus parceiros sexuais”.
Elas finalizam o documento afirmando que: “Não nos calaremos diante da suspeita e injustificável cumplicidade da Justiça de Pernambuco com nossas mortes. Não aceitaremos que nossos direitos sejam esvaziados em alto som nos salões nobres dos poderosos, enquanto nossas mortes são silenciosamente ignoradas. Nenhum direito a menos”.