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Mulheres ainda são vítimas de estereótipos no mercado de trabalho, diz tucana

Duas notícias recentemente veiculadas na mídia ilustraram o preconceito que as mulheres ainda sofrem no mercado de trabalho. O jornal O Globo desta terça-feira (12) destacou a história da americana Eileen Carey, uma CEO no Vale do Silício, berço de importantes empresas de tecnologia do mundo, que precisou mudar a aparência para conseguir respeito no ambiente de trabalho. Ela deixou de ser loira, abandonou as lentes de contato e não usa mais salto. Em Brasília, um jornalista do Correio Braziliense foi alvo de críticas por destacar em artigo a beleza física de estagiárias em texto publicado nesta segunda-feira (11). O fato rapidamente gerou polêmica nas redes sociais.

No caso ocorrido nos EUA, Eileen Carey ouviu que, para conseguir financiamento, seria bom se tingisse cabelo de castanho porque em um ambiente dominado por homens sua antiga aparência aumentava a probabilidade de flertes.

Já o caso de Brasília, na crônica publicada pelo jornalista, partes do corpo de uma estagiária de 19 anos são destacadas com frases do tipo “decotinho perverso”, “coxas de fora” e “balançar dos quadris”.

Para a presidente do PSDB-Mulher do Maranhão, Pryscilla Brandão, os julgamentos que se fazem a partir da aparência das mulheres no mercado de trabalho são cruéis. Ela afirmou que os estereótipos ainda são uma realidade e que para combater o machismo é preciso união e posicionamento entre as mulheres.

“Constantemente nós temos que comprovar que não somos apenas um corpo. Mesmo competentes, as mulheres têm que se esforçar muito para provar que são capazes de serem boas profissionais. Infelizmente, ambos os casos relatados acontecem com frequência”, disse.

A tucana acredita que é preciso posicionamento e reação das mulheres que passam por este tipo de constrangimento. “Não podemos nos calar. Muitas mulheres pensam que denunciar o machismo não dá em nada e os casos passam impunes”, afirmou.

Pryscilla Brandão completou dizendo que, para mudar essa realidade dentro dos ambientes corporativos, é preciso estar atenta e não deixar passar casos como os noticiados esta semana. “A tendência é a gente se deparar com esse tipo de situação e ‘deixar para lá’. Isto não pode acontecer”, declarou.

Devido à má repercussão nas redes sociais, o jornalista de Brasília publicou um pedido de perdão se justificando pelo texto preconceituoso. “O texto pedindo desculpas mostra que a nossa mobilização funciona”, concluiu a tucana.