Notícias

Índice de estupros contra mulheres é maior do que noticiado por falta de denúncias

Nos seis primeiros meses de 2017, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) registou cerca de 449 casos de estupros de mulheres cometidos por familiares ou pessoas com algum grau de proximidade. O número alarmante, porém, é muito maior na prática. Segundo reportagem publicada pelo portal R7 nesta terça-feira (15), especialistas alertam que muitos casos não são denunciados, o que amplia o número de vítimas.

Francisca Ramos, presidente da executiva do PSDB Mulher do Piauí, lembrou que essa condição não se restringe ao estado de São Paulo, mas se estende a todo o Brasil. Para ela, diversos motivos impedem a mulher a prestar queixa contra a violência. Um deles, é a falta de segurança na punição real do agressor, e nas estruturas das redes de apoio às vítimas.

“A mulher não confia que vai ser amparada se revelar a violência que sofreu. Muitas vezes os processos são burocráticos e ela não tem a assistência e segurança que precisa na hora”, ressaltou a tucana. A vergonha, medo de julgamento, desprezo ou contestação de seu relato também estão entre as causas do silêncio da vítima.

Francisca alertou que, nos casos de abuso sexual dentro de casa, a identificação é ainda mais difícil, visto que há dificuldade para as vítimas entenderem que certas práticas se caracterizam como estupro. “Vindo de esposas com companheiros é ainda pior, vivemos em uma cultura ainda muito machista em que o homem pensa que a mulher deve fazer o que ele quer”, destacou.

A presidente do secretariado do PI ainda levantou a importância de campanhas que cheguem a todas as regiões do país, fornecendo principalmente informação e suporte no interior, onde ocorrem a maioria dos casos não identificados. “Precisamos de políticas públicas de divulgação. O interior do Brasil tem condições mais machistas ainda, precisamos chegar até as mulheres de lá”, concluiu.

Vale lembrar que é possível realizar as denúncias de violência contra a mulher pelo número 180. A ligação pode ser realizada não somente pela vítima, mas também por testemunhas da agressão, que podem se manter anônimas.

Leia mais aqui.