Notícias

Café na Índia contrata mulheres vítimas de ataques com ácido

A partir de um dado negativo e alarmante, vem da Índia uma iniciativa que pode ser exemplo para o resto do mundo. É o Sheroes Hangout (“Ponto de Encontro de Heroínas”, em português), uma cafeteria com unidades nas cidades indianas de Agra, Lucknow e Udaipur, em que só trabalham mulheres vítimas de ataques com ácido.

De acordo com o Ministério do Interior da Índia, nos últimos dois anos, 147 mulheres foram atacadas com ácido – entre 2015 e 2017. Porém, a estimativa é que o número seja bem superior a esse dado.

Na tentativa de elevar a autoestima das vítimas e dar mais visibilidade a elas, foi criada rede de cafeterias. O local ganhou fama internacional e um vídeo específico em que o locutor – com voz masculina – tenta sensibilizar sobre o problema e as dificuldades vividas por dezenas de mulheres que sofrem os ataques.

No Brasil, a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB-PE) intensificou a campanha pela erradicação da violência contra a mulher em Pernambuco. “Uma das lutas do meu mandato é a erradicação da violência contra a mulher”, disse ela.

Em seguida, a tucana acrescentou que: “No Estado de Pernambuco, cerca de 90 mulheres são vítimas de violência doméstica ou familiar por dia, segundo dados de janeiro deste ano da Secretaria de Defesa Social. A prevenção da violência de gênero também é um trabalho de responsabilidade social que precisa ser visto com atenção pelos poderes públicos’.

Legislação  Indiana

No ano passado, foi promulgada uma lei nacional que reconhece um ataque com ácido como causa de invalidez, dando às vítimas o direito a receber apoio financeiro. Três anos antes disso, medidas legais específicas tinham sido acrescentadas ao código penal indiano instituindo uma pena mínima de dez anos de prisão para os responsáveis por ataques com ácido.

Além disso, as sobreviventes têm dificuldade em acessar o fundo de apoio mínimo de 300 mil rúpias ao qual têm direito.

Essas medidas tomadas pelo governo podem dar alguma esperança às sobreviventes, mas, segundo ativistas da campanha, o número de vítimas ainda não está dando sinais de diminuir. Iniciativas como o Sheroes e as pessoas que o apoiam, indo ao café, exercem papel crucial.